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Próstata e colo uterino também são analisados
DA REPORTAGEM LOCAL
O "mamamóvel" não é o primeiro projeto do Hospital do
Câncer de Barretos na área de
prevenção. Desde janeiro do ano
passado, um outro "ônibus-consultório" já percorreu 83 municípios de São Paulo, Minas Gerais,
Mato Grosso e Goiás fazendo o
diagnóstico de câncer de colo uterino, de próstata e de pele. Por dia
são feitos 120 atendimentos.
O "ônibus-consultório" é equipado de três diferentes divisões:
uma sala para coleta do papanicolaou, outra para consulta e biopsia
de pele e outra para coleta do PSA
[exame de sangue que diagnostica câncer de próstata] e toque retal. Além disso, há ainda um centro cirúrgico para tratar os casos
de câncer de pele.
A exemplo do que acontece
com o câncer de mama, o índice
de diagnóstico desses tipos de
câncer entre os moradores examinados é bem significativo.
Casos
Até setembro, foram diagnosticados 110 casos de câncer de pele
(de 2.840 atendimentos), 19 de
próstata (de 2.800 atendimentos),
e 34 de colo uterino (de 3.250
atendimentos).
Os casos positivos de câncer estão sendo tratados no Hospital de
Câncer de Barretos, mantido pela
Fundação Pio XII.
Segundo Edmundo Mauad, antes da chegada do ônibus nas cidades é feita uma divulgação por
meio de panfletos, programas de
rádio e carro de som.
As secretarias da saúde dos municípios, cujas equipes estão sendo treinadas pelo Hospital do
Câncer, também auxiliam na triagem dos casos.
Oportunidade
"Quando rodamos 20 quilômetros de estrada de terra para chegar em um povoado que não tem
sequer posto de saúde, entendemos por que o câncer chega mais
rápido do que qualquer tipo de
prevenção", afirma o médico Renê da Costa Vieira, 38, cirurgião
oncológico que atende no ônibus.
Para ele, o governo federal precisa mudar a maneira de enxergar
o câncer para modificar o perfil da
doença no país. "A população carente trata o agora. Não faz prevenção por falta de oportunidade", afirma.
Segundo Edmundo Mauad,
além dos exames de prevenção, é
fundamental que exista uma instituição aparelhada, com médicos
especialistas, para fazer o tratamento e acompanhamento dos
casos positivos.
"Não adianta só fazer exames.
Quando detectado o câncer, o tratamento deve ser eficaz e rápido
para que as chances de cura sejam
reais", afirma.
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