UOL


São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Próstata e colo uterino também são analisados

DA REPORTAGEM LOCAL

O "mamamóvel" não é o primeiro projeto do Hospital do Câncer de Barretos na área de prevenção. Desde janeiro do ano passado, um outro "ônibus-consultório" já percorreu 83 municípios de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás fazendo o diagnóstico de câncer de colo uterino, de próstata e de pele. Por dia são feitos 120 atendimentos.
O "ônibus-consultório" é equipado de três diferentes divisões: uma sala para coleta do papanicolaou, outra para consulta e biopsia de pele e outra para coleta do PSA [exame de sangue que diagnostica câncer de próstata] e toque retal. Além disso, há ainda um centro cirúrgico para tratar os casos de câncer de pele.
A exemplo do que acontece com o câncer de mama, o índice de diagnóstico desses tipos de câncer entre os moradores examinados é bem significativo.

Casos
Até setembro, foram diagnosticados 110 casos de câncer de pele (de 2.840 atendimentos), 19 de próstata (de 2.800 atendimentos), e 34 de colo uterino (de 3.250 atendimentos).
Os casos positivos de câncer estão sendo tratados no Hospital de Câncer de Barretos, mantido pela Fundação Pio XII.
Segundo Edmundo Mauad, antes da chegada do ônibus nas cidades é feita uma divulgação por meio de panfletos, programas de rádio e carro de som.
As secretarias da saúde dos municípios, cujas equipes estão sendo treinadas pelo Hospital do Câncer, também auxiliam na triagem dos casos.

Oportunidade
"Quando rodamos 20 quilômetros de estrada de terra para chegar em um povoado que não tem sequer posto de saúde, entendemos por que o câncer chega mais rápido do que qualquer tipo de prevenção", afirma o médico Renê da Costa Vieira, 38, cirurgião oncológico que atende no ônibus.
Para ele, o governo federal precisa mudar a maneira de enxergar o câncer para modificar o perfil da doença no país. "A população carente trata o agora. Não faz prevenção por falta de oportunidade", afirma.
Segundo Edmundo Mauad, além dos exames de prevenção, é fundamental que exista uma instituição aparelhada, com médicos especialistas, para fazer o tratamento e acompanhamento dos casos positivos.
"Não adianta só fazer exames. Quando detectado o câncer, o tratamento deve ser eficaz e rápido para que as chances de cura sejam reais", afirma.



Texto Anterior: Saúde: "Mamamóvel" faz exames de câncer em mulheres
Próximo Texto: Infância: Abrinq semeia em instituições idéias de ações premiadas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.