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FINADOS
Polícia deteve 166 pessoas na zona leste; empresa será multada em decorrência do mato alto no Vila Formosa
Ação antiflanelinha é feita em cemitérios
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No Dia de Finados, a polícia deteve 166 pessoas em operação de
combate a flanelinhas, furtos e
roubos no entorno de seis cemitérios da zona leste de São Paulo.
Nenhum dos detidos na ação,
perto dos cemitérios da Vila Formosa, da Quarta Parada, da Vila
Alpina, da Penha, de Itaquera e do
Parque do Carmo, ficou preso.
Eles foram fotografados, fichados
e liberados. Entre os detidos há 41
pessoas com antecedentes criminais e dois ex-internos da Febem.
No ano passado, a operação fez
cair em 70% o número de ocorrências no entorno dos cemitérios, segundo a Polícia Civil. O balanço deste ano sai hoje.
O advogado Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional dos
Direitos Humanos, considerou a
medida inconstitucional, por ferir
o direito à liberdade. "A ação é ilegal, abusiva e arbitrária, configura
criminalização da pobreza."
Já o delegado Maurício Ahvener
de Siqueira e Silva, da 5ª Seccional, afirmou que as blitze foram
uma "averiguação normal". "Todos foram liberados em seguida,
mas, se eles se envolverem em alguma confusão, saberemos."
Multa pelo mato alto
Além da blitz na parte externa, o
Dia de Finados no cemitério da
Vila Formosa, o maior da América Latina, foi prejudicado pelo
mato alto. A prefeitura multará a
empresa que corta a vegetação
-que cobre sepulturas e trilhas.
Quem resolvia cuidar da sepultura do parente pagava R$ 10 para
jardineiros clandestinos -ou fazia o serviço por conta própria.
A ameaça de multa havia sido
feita anteontem, quando a Folha
mostrou a situação no cemitério.
Como a vegetação não foi totalmente cortada, a Tonanni Construções e Serviços será multada
em valor proporcional à área que
permanecia tomada pelo mato.
Ninguém da empresa foi localizado ontem para comentar o caso.
Oliveiro Rosa da Silva, 65, foi visitar o túmulo da neta, morta há
cinco anos. Com as mãos, arrancou o mato sobre a sepultura. Já
Maria de Souza Ramalho, 55, pagou R$ 10 para o ajudante de pedreiro Christian dos Santos, 30,
limpar o túmulo do primo. A prática, ilegal, era comum, apesar da
presença de guardas-civis.
(GABRIELA BELÉM e MARCELO GUTIERRES)
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