São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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USP vai à Justiça pedir que invasores deixem a reitoria

Comissão tentará negociar saída pacífica de alunos, mas PM pode ser acionada

Estudantes exigem a extinção de processos administrativos e a saída da Polícia Militar da Cidade Universitária

DE SÃO PAULO

A reitoria da USP decidiu que vai pedir hoje a reintegração de posse do prédio invadido por um grupo de cerca de 50 estudantes desde a madrugada de ontem.
Se a Justiça concordar com o pedido, e os estudantes se negarem a sair, policiais militares devem ser acionados para retirar o grupo à força.
A decisão ocorreu após reunião da cúpula da USP na casa do superintendente de relações institucionais, Wanderley Messias da Costa. Eles formam uma comissão que tentará negociar com os alunos a saída pacífica do local. O reitor, João Grandino Rodas, participou por telefone.
"Por dever legal, o gestor público tem obrigação de pedir a reintegração de posse do imóvel invadido", justificou a reitoria, em nota. O grupo que invadiu a reitoria informou no final da noite que iria discutir o assunto. Eles já haviam marcado para hoje à noite uma assembleia sobre a ocupação.

REAÇÃO
Entidades estudantis e professores da USP que até então apoiavam a ocupação do prédio da FFLCH criticam o grupo que invadiu a reitoria.
A invasão ocorreu após assembleia com mais de mil alunos decidir pela saída da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e pela rediscussão de como exigir a saída da PM, levada ao campus após assassinato de um aluno em maio. Os invasores dizem que outra assembleia decidiu pela ocupação da reitoria. Eles usam camisas amarradas ao rosto para não serem identificados -têm medo de sofrer processos administrativos.
O professor aposentado de sociologia Francisco de Oliveira deu apoio ao grupo, ao lado de Luiz Martins, docente de artes plásticas. "Votei pela manutenção da ocupação, com 460 estudantes. Esses é que legitimam a ocupação", defende Martins. O Sintusp (sindicato dos servidores) endossa a ação.
"Para nós, não é legítima essa ocupação da reitoria. Quando eles perderam a votação, passaram por cima dos outros estudantes", diz Tawnne de Andrade, 20, do centro acadêmico da história.
Membros de outros centros acadêmicos, como psicologia, geografia e administração, e da Adusp (associação dos docentes) criticaram. Até a noite de ontem, o prédio da FFLCH permanecia ocupado. (CRISTINA MORENO DE CASTRO, RAFAEL SAMPAIO E ELTON BEZERRA)


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