São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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CLIMA

Idade avançada e podas irresponsáveis são outros fatores que contribuem para a queda da vegetação nos dias de chuva

Cupins deixam árvores mais vulneráveis

DA REPORTAGEM LOCAL

Os ventos que acompanharam a chuva de domingo à noite chegaram a atingir cerca de 80 quilômetros por hora, mas não foram a única razão para a Defesa Civil ter contabilizado, até ontem, a queda de 49 árvores na cidade de São Paulo.
Idade avançada, podas irresponsáveis, comprometimento das raízes por causa de vazamentos da tubulação de água e de plantio em locais inadequados e até uma praga de cupins de solo são outros fatores que tornam a já escassa vegetação da capital paulista mais vulnerável às chuvas de verão, afirma a secretária do Meio Ambiente, Stela Goldenstein.
Entre as subprefeituras mais afetadas pelo temporal do fim de semana, Vila Mariana (zona sul) e Butantã (zona oeste) foram as campeãs: de acordo com a Defesa Civil, cada uma teve dez árvores derrubadas.
Se forem contados os galhos, o número na região da Vila Mariana (onde está o parque Ibirapuera) sobe para 30.
Embora o poder local atribua os incidentes, em sua maioria, à força dos ventos e raios, admite que consegue atender a, no máximo, 80% da demanda por podas e remoções (que foram de até 35 pedidos por dia no mês de novembro). Não há equipes suficientes.
Para solicitar uma poda ou retirada de árvore, é preciso entrar em contato com a subprefeitura correspondente.
Um técnico municipal avalia, então, se o serviço é realmente necessário. Só são arrancadas árvores cujas estruturas estejam comprometidas e que apresentem risco de desabar.
Caso a vegetação esteja ameaçando a fiação elétrica, a Eletropaulo é acionada pelo município. Segundo a assessoria de imprensa da subprefeitura da Mooca (zona leste, onde também houve 30 ocorrências com árvores, sendo cinco quedas), a empresa leva até dez dias para resolver o problema, mas o trabalho é satisfatório.

Cupins
Na região, as árvores, muitas delas centenárias, sofrem com uma praga de cupins que comem os troncos por dentro, deixando-os ocos e frágeis.
"É o desequilíbrio ecológico que causa a maior proliferação de parasitas. Como a cidade vive perdendo áreas verdes, predadores de insetos, como sapos e lagartixas, acabam morrendo", explica Goldenstein.
As saídas passam, segundo ela, por um projeto de arborização com espécies adequadas e que inclua tratamento de pragas e pelo enterramento dos fios elétricos.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente deve publicar até o fim do ano um manual de arborização de rua, que vai orientar a população e as subprefeituras.
Na Mooca, os moradores são aconselhados a trocarem sibipirunas e flamboyants (árvores de grande porte) por ipês e patas de vaca (de médio porte).

Luz
A Eletropaulo informou que recebeu, entre anteontem e ontem, 30 mil chamadas reclamando da falta de energia.
Os reparos, segundo ela, são priorizados para os circuitos primários que, uma vez consertados, resolvem o problema de mais usuários. O último conserto foi concluído às 14h51 de ontem no Pacaembu (zona oeste).


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