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CLIMA
Idade avançada e podas irresponsáveis são outros fatores que contribuem para a queda da vegetação nos dias de chuva
Cupins deixam árvores mais vulneráveis
DA REPORTAGEM LOCAL
Os ventos que acompanharam
a chuva de domingo à noite chegaram a atingir cerca de 80 quilômetros por hora, mas não foram a
única razão para a Defesa Civil ter
contabilizado, até ontem, a queda
de 49 árvores na cidade de São
Paulo.
Idade avançada, podas irresponsáveis, comprometimento
das raízes por causa de vazamentos da tubulação de água e de
plantio em locais inadequados e
até uma praga de cupins de solo
são outros fatores que tornam a já
escassa vegetação da capital paulista mais vulnerável às chuvas de
verão, afirma a secretária do Meio
Ambiente, Stela Goldenstein.
Entre as subprefeituras mais
afetadas pelo temporal do fim de
semana, Vila Mariana (zona sul) e
Butantã (zona oeste) foram as
campeãs: de acordo com a Defesa
Civil, cada uma teve dez árvores
derrubadas.
Se forem contados os galhos, o
número na região da Vila Mariana (onde está o parque Ibirapuera) sobe para 30.
Embora o poder local atribua os
incidentes, em sua maioria, à força dos ventos e raios, admite que
consegue atender a, no máximo,
80% da demanda por podas e remoções (que foram de até 35 pedidos por dia no mês de novembro). Não há equipes suficientes.
Para solicitar uma poda ou retirada de árvore, é preciso entrar
em contato com a subprefeitura
correspondente.
Um técnico municipal avalia,
então, se o serviço é realmente necessário. Só são arrancadas árvores cujas estruturas estejam comprometidas e que apresentem risco de desabar.
Caso a vegetação esteja ameaçando a fiação elétrica, a Eletropaulo é acionada pelo município.
Segundo a assessoria de imprensa
da subprefeitura da Mooca (zona
leste, onde também houve 30
ocorrências com árvores, sendo
cinco quedas), a empresa leva até
dez dias para resolver o problema,
mas o trabalho é satisfatório.
Cupins
Na região, as árvores, muitas delas centenárias, sofrem com uma
praga de cupins que comem os
troncos por dentro, deixando-os
ocos e frágeis.
"É o desequilíbrio ecológico que
causa a maior proliferação de parasitas. Como a cidade vive perdendo áreas verdes, predadores
de insetos, como sapos e lagartixas, acabam morrendo", explica
Goldenstein.
As saídas passam, segundo ela,
por um projeto de arborização
com espécies adequadas e que inclua tratamento de pragas e pelo
enterramento dos fios elétricos.
A Secretaria Municipal do Meio
Ambiente deve publicar até o fim
do ano um manual de arborização de rua, que vai orientar a população e as subprefeituras.
Na Mooca, os moradores são
aconselhados a trocarem sibipirunas e flamboyants (árvores de
grande porte) por ipês e patas de
vaca (de médio porte).
Luz
A Eletropaulo informou que recebeu, entre anteontem e ontem,
30 mil chamadas reclamando da
falta de energia.
Os reparos, segundo ela, são
priorizados para os circuitos primários que, uma vez consertados,
resolvem o problema de mais
usuários. O último conserto foi
concluído às 14h51 de ontem no
Pacaembu (zona oeste).
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