São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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SEGURANÇA

A polícia acredita que o mesmo homem atacou cinco mulheres e que o último caso, no sábado, foi obra de outro agressor

Suspeito de estupro tem 2 retratos falados

Reprodução
Retratos falados divulgados ontem pela polícia de São Paulo


GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia divulgou ontem dois retratos falados, feitos por vítimas diferentes, de um mesmo homem que teria atacado cinco mulheres no interior ou nas proximidades de um dos portões do campus da USP (Universidade de São Paulo), no Butantã, zona oeste da capital paulista, nos últimos três meses.
Desde setembro, a polícia registrou sete ataques a mulheres -incluindo estupros, tentativas de estupro e atentado violento ao pudor. Em um deles, o autor foi reconhecido e preso. O último caso ocorreu no sábado e um suspeito -um cabo da Marinha- está detido para reconhecimento, o que deve ocorrer hoje.
Policiais da 3ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) acreditam que os outros cinco ataques tenham o mesmo autor -que não seria o militar-, apesar de os dois retratos falados divulgados pela polícia ontem apresentarem pequenas diferenças.
Uma das vítimas que fez o retrato falado foi uma aluna estuprada na última quinta-feira, por volta do meio-dia. Ela foi rendida em seu carro perto da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e levada para um estacionamento, ainda no campus, onde foi estuprada.
A estudante, que também teve o telefone celular roubado, recebeu um recado na secretária eletrônica do telefone de casa dois dias depois, provavelmente vindo desse celular, de um homem que afirmou que a vítima "pode ficar tranquila" porque o autor do estupro já estaria a "sete palmos debaixo da terra".
A polícia acredita que a ligação seja uma tentativa de despiste, já que o agressor está sendo procurado. A gravação será enviada ao IC (Instituto de Criminalística).
Segundo características descritas pela estudante e por outras quatro vítimas, o agressor seria magro, branco e teria 1,75 m de altura e cabelos castanhos escuros.
A polícia suspeita que o agressor seja um estudante da própria USP. Segundo os policiais, o agressor circula principalmente entre o prédio da FFLCH e o conjunto residencial no campus. O conhecimento da área e a aparência levam os policiais a suspeitar que ele seja um aluno.
Alunos da FFLCH e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) decidiram fazer um ato amanhã, em frente à reitoria da USP, para pedir mais segurança. Entre as reivindicações, estão iluminação, ônibus circulares e aumento do efetivo da guarda universitária.


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