DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou ontem nova reorganização de funções da gestão e a extinção de duas secretarias, dando início à reforma administrativa que pretende realizar. Serra vai concentrar as principais obras da cidade numa única pasta, a de Infra-Estrutura Urbana. Ele apresentou ontem o engenheiro Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, 70, como chefe da pasta em sua gestão.
Antonio Arnaldo ficará responsável pelo projeto, gerenciamento e execução de empreendimentos hoje pulverizados em outras pastas. Três diretorias que estão atualmente subordinadas à Secretaria de Serviços e Obras -responsáveis por viadutos, pavimentação e microdrenagem- passarão para a Infra-Estrutura.
"Vamos racionalizar essa estrutura. Não temos ainda o formato definitivo, mas vai haver uma maior e positiva centralização", afirmou o prefeito eleito.
No anúncio de ontem, Serra apresentou também os nomes do presidente do conselho de administração do Hospital Albert Einsten, Claudio Luiz Lottenberg, para a Saúde, e do consultor e técnico eletricista Januário Montone para a Gestão Pública -a pasta vai absorver as funções da Secretaria do Abastecimento, que será extinta na gestão tucana.
Outra pasta que será extinta é a de Relações Internacionais, montada na atual gestão. Suas funções ficarão a cargo do gabinete do prefeito e da agência de desenvolvimento que Serra pretende criar.
A Secretaria de Serviços e Obras, responsável pela limpeza urbana, perderá diretorias, mas ganhará o comando da iluminação pública, hoje com a Infra-Estrutura, concentrando a gestão dos serviços municipais. Para o cargo, Serra convidou o ex-ministro Clóvis Carvalho, chefe da transição tucana. Ontem, Carvalho admitiu ter sido convidado, mas deixou claro que resiste à idéia.
Com o anúncio de ontem, já são sete os secretários definidos. Na semana passada, Serra transferiu funções da Secretaria de Finanças para a de Planejamento.
Os nomes anunciados até agora estão dentro da "cota técnica" do prefeito eleito. As composições com os partidos que o apoiaram durante as eleições (PFL e PPS no primeiro turno e PDT no segundo) estão em fase final de acerto.
Por conta dessa composição, Serra fará uma reforma administrativa mais tímida do que o programado inicialmente. Algumas pastas, como a do Trabalho, devem ser mantidas para abrigar aliados. O novo desenho da administração, porém, deverá funcionar na prática somente em meados do ano que vem, já que todas as mudanças precisam ser aprovadas pela Câmara Municipal.
Ainda ontem, segundo tucanos, Serra se reuniu com o prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, e reiterou o convite para que ele atue como assessor especial quando deixar o cargo.


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