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EDUCAÇÃO
Além do vestibular normal, candidato poderá entrar por meio de provas aplicadas no fim de cada ano do 2º grau
Conselho aprova 'vestibular a prestação'
DANIELA FALCÃO
O Conselho Nacional de Educação definiu ontem as regras para que
alunos possam entrar nas universidades sem ter de fazer o vestibular tradicional. Só os exames seriados -em
que os alunos fazem um teste ao fim
de cada ano do 2º grau- foram considerados "forma aceitável" de ingresso,
desde que garantam a todos os interessados o direito de inscrição.
A medida pode ser adotada por todas as faculdades a partir do próximo ano. Duas universidades já terão condições de receber a primeira turma de selecionados pelo exame seriado em 99: a UnB (Universidade de Brasília) e a gaúcha
UFSM (Universidade Federal de
Santa Maria). As duas instituições
começaram a fazer os testes em 96.
Tanto a UnB quanto a UFSM só
admitiam que o aluno que estivesse cursando regularmente o ensino médio se inscrevesse nesse
"vestibular a prestação". Agora,
terão de abrir a oportunidade para
todos: alunos de supletivo e pessoas que já tenham concluído o 2º
grau.
Convênios proibidos
O CNE também proibiu as instituições de ensino superior de fazer
qualquer tipo de convênio com escolas de ensino médio para que
seus alunos ingressem automaticamente na universidade.
Também está vedada a seleção
baseada no histórico escolar dos
alunos, em cartas de recomendação ou na comprovação de experiência profissional.
A decisão foi tomada ontem em
Brasília pelo CNE, após três adiamentos por falta de acordo entre
os 24 membros do conselho. O parecer precisa ainda ser homologado pelo ministro Paulo Renato
Souza para entrar em vigor.
As formas de ingresso que foram
proibidas vinham sendo usadas
por algumas universidades desde
que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) admitiu, em dezembro de 96, formas alternativas
ao vestibular na seleção.
O parecer regulamentando as
formas de ingresso alternativas ao
vestibular deveria ter sido votado
em 1º de dezembro. Entretanto, a
decisão foi adiada porque os conselheiros não conseguiram consenso sobre as regras, de forma a
garantir direitos iguais a todos os
concorrentes, como determina o
artigo 206 da Constituição.
Dos 17 conselheiros que participaram da reunião de ontem, 12
votaram a favor do parecer, 4 contra e 1 se absteve.
Entre os que votaram contra, estavam o secretário da Educação
Superior do MEC, Abílio Baeta
Neves, e a ex-secretária de Política
Educacional Eunice Durham.
Como os alunos que estão cursando regularmente o 2º grau podem se inscrever nos exames seriados e no vestibular, eles teriam
mais chances de conquistar uma
vaga do que os candidatos de supletivo ou com 2º grau concluído.
A obrigação de permitir a todos
a inscrição no PAS desagrada os
dirigentes da UnB. "Concordamos em fazer adaptações para inscrever pelo novo sistema os alunos
do supletivo. Mas não vejo sentido
algum em abrir a participação para os que já se formaram", afirmou Ricardo Gauche, um dos
coordenadores do PAS.
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