da Sucursal de Brasília

Daqui a 60 dias, 964 adolescentes que concluíram o 2º grau neste ano vão se transformar na primeira turma a entrar numa universidade sem prestar vestibular.
Eles serão escolhidos entre 9.669 candidatos, vindos de 16 Estados e do Distrito Federal, que há três anos participam do PAS (Programa de Avaliação Seriada) -alternativa ao vestibular adotada pela Universidade de Brasília para selecionar alunos.
Desde 96, quando estavam na 1ª série do 2º grau, os inscritos no PAS se submeteram a provas elaboradas pela UnB ao final de cada ano, para medir o conteúdo que deveria ter sido ensinado na série que cursavam.
Na 1ª série, a prova tem peso 1, na 2ª tem peso 2, e na 3ª, peso 3. O objetivo dos organizadores era evitar que alunos que tenham ido mal no primeiro teste se sentissem desestimulados.
Apesar disso, dos 26 mil inscritos para a primeira etapa no PAS em 96, sobraram apenas 9.669 candidatos. Mudança de Estado, viagens ao exterior e falta de vontade de estudar duro durante os três anos são alguns dos motivos citados pelos adolescentes que desistiram do PAS.
Os "sobreviventes" irão disputar em 31 de janeiro 964 vagas -metade das 1.928 que a UnB oferece no primeiro semestre. Se não conseguirem entrar, ainda podem tentar o vestibular, que será realizado em março.
A brasiliense Fernanda Quirino de Paula Silveira, 17, é uma das sobreviventes do PAS. Ela concorre a uma das 15 vagas existentes para medicina (as outras 15 são reservadas aos vestibulandos).
Apesar de ter ido bem nas duas primeiras etapas do PAS, decidiu se inscrever também no vestibular. Só que, em vez de medicina, optou por engenharia elétrica.
"Se eu não entrar em medicina pelo PAS, dificilmente vou conseguir no vestibular. Tem muita gente que já concluiu o 2º grau e passou o ano todo se preparando para medicina. Optei por engenharia porque a concorrência é menor."
Mesmo estudando em uma escola particular, que adequou o currículo aos conteúdos que seriam abordados nas provas do PAS, Fernanda faz cursinho à tarde. (DF)



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