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Governo terá US$ 300 mi para Aids
AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília
O governo federal e o Bird (Banco Mundial) acertaram financiamento de US$ 300 milhões para o
Brasil aplicar em programas de
prevenção à Aids. O projeto está
sendo chamado de Aids 2.
O ministro da Saúde, José Serra,
assina o acordo com o Bird na semana que vem em Washington,
capital dos EUA.
O banco vai entrar com US$ 165
milhões, e o Brasil, com a contrapartida de US$ 135 milhões. Os recursos serão aplicados durante
quatro anos.
"Os programas de prevenção
vão privilegiar os jovens, mulheres heterossexuais e populações
pobres", disse Pedro Chequer,
coordenador do DST-Aids (Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids).
Segundo Chequer, os investimentos serão feitos em capacitação e treinamento de técnicos para
a prevenção, além de assistência
hospitalar. Segundo o ministério,
o custo da prevenção é dez vezes
menor que o do tratamento.
Chequer também disse que a
compra pelo Brasil de medicamentos anti-Aids pelo fundo rotatório da Opas (Organização
Pan-americana de Saúde), com
menos custos, começa no segundo
semestre de 99.
"Pular a cerca"
O ministro José Serra disse que
um dos alvos das campanhas de
prevenção à Aids é a mudança do
comportamento dos homens.
"Muitas mulheres casadas estão
tendo Aids porque os maridos pulam a cerca e não tomam os cuidados fora de casa", afirmou Serra.
Ele se disse preocupado por causa da "heterossexualização" e
"feminização" da doença. Segundo Serra, a Aids também está
tomando o interior do país e virando "doença de pobre".
Na década de 80, para cada 40
homens infectados havia uma mulher com a doença. Hoje, essa proporção é de dois para um. "Nossa
estratégia de prevenção é baseada
nesse diagnóstico. Vamos trabalhar com a sociedade para resolver
o problema", afirmou.
De acordo com ele, os recursos
do Bird são "elevadíssimos" para
o trabalho na área de prevenção.
"A dificuldade de combater a
Aids é que temos que mudar o
comportamento íntimo das pessoas. Esse é o nosso desafio."
"O básico é educação. Camisinha, no limite, dá para distribuir
para todo mundo. O problema é
de consciência", disse.
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