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Anúncio ainda depende da Sabesp
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de dois meses com chuvas abaixo da média histórica na
região do sistema Cantareira, o
discurso do secretário Mauro Arce, ontem, era bem mais pessimista do que no fim de 2003, quando
dizia confiar nas precipitações para evitar a falta de água.
"Não adianta mais dizer que
não vamos fazer racionamento
durante o período chuvoso porque já estamos na metade do período chuvoso, e a situação não
melhorou muito. Não descarto a
possibilidade de anunciar o rodízio ainda nesta semana", disse.
A decisão final depende de simulações que estão sendo feitas
pela Sabesp (empresa de saneamento do Estado) para saber se o
Cantareira já chegou ao fundo do
poço ou segura mais um pouco.
Se for decretado, o rodízio só
começará, porém, ao menos uma
semana depois, tempo no qual as
pessoas serão informadas do esquema de paradas no fornecimento -que já está definido.
O racionamento deverá atingir
cerca de 6,5 milhões de pessoas
-2,5 milhões ficariam de fora ou
por estarem incluídas entre os
serviços essenciais, como hospitais, ou por morarem em pontos
muito altos da rede, onde o retorno do fornecimento seria difícil.
Os que tiverem falta de água serão divididos em três grupos, cada um dos quais ficará desabastecido entre 24 e 36 horas.
As chuvas esperadas -e desejadas- não vieram "no lugar certo", disse Arce. Em janeiro, as precipitações no Cantareira (152,6
mm) foram 41% menores do que
a média histórica (259,6 mm). Em
dezembro, apesar de a diferença
não ter sido tão grande, o déficit
também se repetiu (197,8 mm de
chuva contra uma média de 225,8
mm). Entre anteontem e ontem, o
acumulado foi de só 13,3 mm.
Os índices tornam cada vez
mais distantes a meta de o sistema
chegar ao fim de março (fim também da estação chuvosa) com
40% de sua capacidade -percentual apontado pelos especialistas
como necessário para afastar de
vez o fantasma do racionamento.
Dos seis sistemas de abastecimento da Grande São Paulo, o
único realmente beneficiado pelo
temporal de anteontem foi o Guarapiranga, que abastece cerca de
3,5 milhões de paulistanos e teve,
em 24 horas, uma chuva acumulada de 36,2 mm. Por causa disso,
o nível subiu, entre anteontem e
ontem, 1,3 ponto percentual, de
29,3% para 30,6% do máximo.
(MARIANA VIVEIROS)
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