São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2004

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Especialista explica tempo no Nordeste

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem El Niño, nem La Niña, nem aquecimento global. As fortes chuvas de verão, consideradas normais nas regiões Sul e Sudeste do país, mas que atingiram também cidades do Nordeste que costumavam enfrentar até seca nesta época do ano, têm duas causas principais. São as zonas de convergência do Atlântico sul e intertropical, comuns nesta estação, mas que estão paradas em regiões do país onde não costumam ficar.
Zonas de convergência são concentrações de nuvens de centenas de quilômetros que causam chuvas de até quatro dias, diz Marcelo Enrique Seluchi, chefe da Diretoria de Operações do CPTEC/Inpe (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Segundo ele, a zona de convergência do Atlântico sul, que costuma ficar entre a Amazônia e o Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais, está, neste ano, estacionada mais ao norte -afetando, por exemplo, cidades como a de Barras (noroeste da Bahia), que teve em janeiro uma chuva acumulada mais de 20 vezes superior à média dos últimos 30 anos.
Do outro lado, a zona de convergência intertropical, que fica geralmente ao norte do litoral norte do Nordeste brasileiro, está parada mais abaixo do que o normal, agravando as chuvas no Maranhão e no Piauí, diz Seluchi.
As zonas de convergência aumentam a intensidade de subida do ar quente da superfície, que, ao encontrar temperaturas mais frias nos pontos mais elevados, forma as chuvas.


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