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RIO
Para delegada, hipótese de autolesão é "bem remota"
Preso diz que universitário foi torturado por polícia em Cabo Frio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um preso da delegacia de Cabo
Frio (154 km do Rio) afirmou a
membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio que o aluno Rômulo Batista de Melo foi espancado por policiais na carceragem.
O preso -cuja identidade está
sob sigilo- disse ainda que os
policiais mandaram os presos
sustentarem a versão de autolesão, apresentada pelo delegado
José Omena, que está afastado.O
presidente da comissão, deputado Alessandro Molon (PT), deve
ir a Cabo Frio ouvir a testemunha.
O estudante, de 21 anos, morreu
no dia 27 quando era transferido
de Cabo Frio para um hospital
psiquiátrico no Rio. A morte foi
causada por traumatismo crânio-encefálico, hemorragia intracraniana e ação contundente. Ele havia sido preso seis dias antes acusado do roubo de um carro.
Em audiência pública realizada
ontem, a delegada responsável
pelas investigações, Tatiana Vieira, da Corregedoria da Polícia Civil, disse que, para a polícia, o estudante foi torturado e espancado
por policiais ou presos. O chefe da
Polícia Civil, Álvaro Lins, disse
que os dez presos ouvidos mantiveram a versão de autolesão.
A Comissão de Direitos Humanos propôs a reconstituição do
percurso feito pelo estudante de
Cabo Frio a Maricá, onde morreu.
A comissão irá investigar se havia
ordem judicial para fazer a transferência do universitário. A Folha
não havia localizado Omena até a
conclusão desta edição.
Anteontem, no encontro com
familiares da vítima, o secretário
dos Direitos Humanos, Jorge da
Silva, assumiu a culpa do Estado.
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