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Soldado dos EUA faz turismo sexual no Rio
Agência de turismo norte-americana, incentivada pelo Departamento da Defesa do país, oferece "balada quente" no Brasil
Em programa de "descanso e recuperação", militares americanos que serviram no Iraque passeiam no Rio em busca de mulheres e festas
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI
Ah, as mulheres que o tenente americano Mark Browne conheceu neste verão em Copacabana! Como boa parte dos
militares dos EUA, ele serviu
no Iraque por 12 meses e, num
programa de incentivo do Departamento da Defesa, veio parar no Rio, em pleno janeiro. A
história está só começando.
Segundo o site do Exército
dos EUA, a meta do programa
Descanso e Recuperação é "dar
alívio aos servidores e livrá-los
do estresse da missão de combate". Tudo começa na agência
Tours Gone Wild, de Miami,
que promete "a viagem da sua
vida". Mas turismo é o que menos importa. No site, a propaganda é mulher, festa, mulher,
mulher, festa, outra festa, outra
mulher. Não necessariamente
nessa ordem. Quer mais?
O pacote, oferecido a partir
de US$ 1.300 (US$ 3.000 nesta
alta estação), descreve: "É difícil viajar para um país diferente
e saber as baladas quentes, os
lugares que os baladeiros brasileiros vão. Você não quer perder a noite inteira buscando
um lugar e muito menos ficar
na fila atrás de gente que não
fala inglês e que não deixará você entrar. Nosso serviço de festas VIP é a solução, com transporte, entrada, fura-fila, acesso
à área VIP e guia particular".
Para convencer os clientes
(os militares americanos no
Iraque, lembra?), fotos. De
quê? Mulher, festa, mulher de
novo, outra festa, outra mulher.
Na galeria de imagens, mais
mulheres, aparentemente brasileiras, em poses sensuais ou
simulando o ato sexual.
Em inglês, "party" (festa)
também é empregado no sentido de usar drogas, em linguagem informal. "Dar um teco",
embora a agência não deixe claro (nem poderia).
E o Pão de Açúcar, o Cristo, a
Lagoa, o passeio em jipe pela
Rocinha, as outras atrações do
Rio? O lugar é Copacabana.
Melhor: a orla de Copacabana.
Colega de batalhão do tenente Mark Browne, Brian Feldmayer (os dois têm 25 anos),
explica ao jornal britânico "The
Guardian": "Já vi o suficiente
[de favelas] no Iraque. A maioria dos meus amigos está ansiosa para vir ao Rio. Eles já ouviram falar do crime, de todos os
problemas. Mas quando digo o
que acontece nessa viagem...
Garanto que nos próximos dois
anos 65% deles virão".
Na página de testemunhos de
clientes, Andrew P., 31, de Denver, diz: "Fomos às boates mais
quentes e conhecemos as mulheres mais gostosas. Altamente recomendado". Abaixo, o tenente Kirk B., 21, completa, numa foto ao lado de duas mulheres: "Depois de passar o pior
ano da minha vida no Iraque,
viajar ao Rio foram as melhores
férias que já tive".
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