FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma denúncia sobre a falta de cadeiras adaptadas para pessoas obesas na filial do shopping Cidade Jardim do restaurante Nonno Ruggero, do grupo Fasano, motivou uma vistoria técnica da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED).
Marcada para hoje, às 10h, a fiscalização vai apurar se o estabelecimento desrespeita a lei municipal nº 12.658, de 18 de maio de 1998, que prevê a obrigatoriedade de todo restaurante no município de São Paulo manter cadeiras ou poltronas especiais para pessoas obesas. O descumprimento da regra pode resultar em multa.
A denúncia partiu do advogado Pedro Martins, 49, que foi ao restaurante com um casal de amigos no dia 3 de fevereiro. Ele pesa 180 kg.
Martins relata que, ao chegar ao local, viu as cadeiras estreitas e de braço e pediu ao maître uma apropriada para ele. O funcionário disse que não havia assentos especiais no restaurante e que desconhecia a lei que regulamenta a obrigação de tê-los.
De acordo com Martins, começou aí uma discussão, na qual ele teria sido destratado pelo maître. "Quem está no ramo de restaurantes há muito tempo como o Fasano devia conhecer a lei", diz o advogado.
O empresário Rogério Fasano, no entanto, afirma que o maître ofereceu ao cliente um banco na parte externa do estabelecimento e que tentou lidar com a situação "com simpatia e sorrisos", que teriam sido interpretados com ironia por Martins.
Ontem, em entrevista à Folha, Fasano admitiu que desconhecia a lei das cadeiras especiais e disse que vai se adaptar à norma.
Martins afirmou que já sofreu outros constrangimentos em relação à falta de assentos adequados em restaurantes da rede. "O grupo Fasano é apenas mais um entre milhares de descumpridores da lei. O caso do Nonno Ruggero é mais grave porque eu fui ofendido", diz o advogado.


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