São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011

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Policiais civis da Bahia entram em greve após morte de colega

Secretaria diz que agente morto por policiais reagiu à abordagem

ESTELITA HASS CARAZZAI
NATÁLIA CANCIAN

DE SÃO PAULO

Às vésperas do Carnaval, os policiais civis da Bahia decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado.
Apesar de a mobilização ter sido considerada ilegal pela Justiça, a categoria promete continuar paralisada, mantendo apenas 30% dos servidores na ativa.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia, por meio de sua assessoria, informou ser "muito pouco provável" que a greve continue, já que a Justiça determinou multa de R$ 100 mil por dia ao sindicato em caso de desobediência à ordem judicial.
"Ilegal é essa raça ruim que está aí", reagiu o presidente do sindicato dos policiais, Carlos Lima, referindo-se ao comando-geral da corporação no Estado. "Eles é que são incompetentes, não sabem gerir."
A categoria, que fez uma passeata em Salvador com cerca de 700 pessoas ontem, protesta contra a morte do policial civil Valmir Gomes, que era investigado por uma denúncia de extorsão e, durante a operação, foi alvejado por outros policiais civis. O incidente ocorreu anteontem à noite, em Salvador.
A Secretaria de Segurança afirma que Gomes reagiu à abordagem policial e trocou tiros com os colegas. Já o sindicato diz que ele foi morto "covardemente, com quatro tiros nas costas", nas palavras do vice-presidente Marcos Maurício, e que sua arma nem sequer foi usada.
"Foi um extremo abuso de autoridade. A regra é investigar, averiguar, e não executar sumariamente, sem apuração das circunstâncias", declarou, em nota, o sindicato dos policiais.

ESTOPIM
Segundo Maurício, a morte de Gomes foi o "estopim" para a greve, já que a categoria vinha discutindo a possibilidade de paralisação. "Estamos saturados de tantos problemas", diz. Entre as reclamações dos policiais, estão o excesso de carga horária, a falta de reajuste em promoções e horas extras e prisões "ilegais" de policiais.
O sindicato informa que a greve dura até que os policiais que atiraram em Gomes se entreguem à polícia e respondam por homicídio.
A Polícia Civil informou que está investigando a morte de Gomes e afirma que haverá policiamento suficiente no Estado no Carnaval.


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