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Policiais civis da Bahia entram em greve após morte de colega
Secretaria diz que agente morto por policiais reagiu à abordagem
ESTELITA HASS CARAZZAI
NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO
Às vésperas do Carnaval,
os policiais civis da Bahia decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado.
Apesar de a mobilização
ter sido considerada ilegal
pela Justiça, a categoria promete continuar paralisada,
mantendo apenas 30% dos
servidores na ativa.
A Secretaria de Segurança
Pública da Bahia, por meio
de sua assessoria, informou
ser "muito pouco provável"
que a greve continue, já que a
Justiça determinou multa de
R$ 100 mil por dia ao sindicato em caso de desobediência
à ordem judicial.
"Ilegal é essa raça ruim
que está aí", reagiu o presidente do sindicato dos policiais, Carlos Lima, referindo-se ao comando-geral da corporação no Estado. "Eles é
que são incompetentes, não
sabem gerir."
A categoria, que fez uma
passeata em Salvador com
cerca de 700 pessoas ontem,
protesta contra a morte do
policial civil Valmir Gomes,
que era investigado por uma
denúncia de extorsão e, durante a operação, foi alvejado
por outros policiais civis. O
incidente ocorreu anteontem
à noite, em Salvador.
A Secretaria de Segurança
afirma que Gomes reagiu à
abordagem policial e trocou
tiros com os colegas. Já o sindicato diz que ele foi morto
"covardemente, com quatro
tiros nas costas", nas palavras do vice-presidente Marcos Maurício, e que sua arma
nem sequer foi usada.
"Foi um extremo abuso de
autoridade. A regra é investigar, averiguar, e não executar sumariamente, sem apuração das circunstâncias",
declarou, em nota, o sindicato dos policiais.
ESTOPIM
Segundo Maurício, a morte de Gomes foi o "estopim"
para a greve, já que a categoria vinha discutindo a possibilidade de paralisação. "Estamos saturados de tantos
problemas", diz. Entre as reclamações dos policiais, estão o excesso de carga horária, a falta de reajuste em promoções e horas extras e prisões "ilegais" de policiais.
O sindicato informa que a
greve dura até que os policiais que atiraram em Gomes
se entreguem à polícia e respondam por homicídio.
A Polícia Civil informou
que está investigando a morte de Gomes e afirma que haverá policiamento suficiente
no Estado no Carnaval.
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