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Metalúrgico mata chefe e fere três a tiros no RS por causa de suspensão
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O metalúrgico Charles Soares,
30, é acusado de ter matado a tiros, ontem à tarde, em Caxias do
Sul (RS), o diretor-presidente da
Metalúrgica Rota Mil, Danton
Nápoli Velho, 45. Outras três pessoas ficaram feridas.
Soares, que era funcionário da
empresa, teve um ataque de fúria
ao ser suspenso pelo seu chefe
imediato durante a manhã e fez
pelo menos oito disparos.
Nápoli Velho chegou a ser levado ao hospital Pompéia, mas não
resistiu aos ferimentos causados
pelos tiros de revólver calibre 38.
Soares foi suspenso após se desentender com seu chefe, Sérgio
Tonezer, 37, que também ficou ferido. "Ele foi suspenso ao ameaçar seu chefe de agressão. Então,
disseram para ir embora e voltar
no dia seguinte, com mais calma,
para conversar tranquilamente. À
tarde, ele voltou com fúria, entrou
na empresa e atirou nas pessoas",
disse o funcionário José Vargas.
Soares feriu também os funcionários Vercedino Lisboa da Silva,
38, e Jurandir de Oliveira, 37.
Oliveira fazia o serviço de Soares (furar peças para uma linha de
montagem) em outro horário (à
tarde) e foi chamado para substituí-lo devido à suspensão.
Tonezer e Silva foram internados no hospital Pompéia. Oliveira
estava na UTI do hospital Saúde.
Segundo os hospitais, os três estão
em "estado estável".
A polícia prendeu Soares ainda
no local, isolou a empresa e
apreendeu o revólver. Relatos de
testemunhas dizem que todos estavam em estado de choque.
Soares integrava a Cipa (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes). O metalúrgico é casado, e
sua mulher está grávida. O casal
morava com parentes no bairro
Centenário, mas estava construindo uma casa.
A empresa, que fica às margens
da rodovia RS-122, está de luto e
ficará fechada até amanhã.
Soares deve responder a julgamento no Tribunal do Júri, já que
houve crime doloso contra a vida.
Poderá pegar 30 anos de prisão,
pois será processado por homicídio e por ter tentado matar as outras três pessoas.
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