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FÍSICA
"Celeritas" e a velocidade da luz no vácuo
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
O c, símbolo da constante que representa a velocidade da luz no
vácuo, vem da palavra latina "celeritas", que significa "celeridade"
ou "ligeireza". Essa constante física representa a maior velocidade
em relação a qualquer referencial.
Seu valor? É gigantesco! A constante c é igual a 300.000 km/s.
Com essa velocidade, podem ser
realizadas sete voltas em torno da
Terra em apenas um segundo. Esse é o valor que intercambia massa e energia na fórmula E=m.c2,
de Albert Einstein, que contém o
segredo da fusão nuclear e da
bomba atômica, entre outros.
Também na óptica geométrica a
constante c é relevante. Outras variáveis bastante importantes, o índice de refração absoluto do meio
(n) e a velocidade da luz (V) nesse
mesmo meio para uma dada freqüência (f) de ondas, relacionam-se por meio da expressão n=c/V.
A luz ocupa um "pequeno" intervalo no espectro eletromagnético,
composto também de ondas de
outras freqüências: ondas de infravermelho, de ultravioleta, de
rádio, de FM, de TV, de microondas e de raio laser, entre outras.
Todas as ondas eletromagnéticas que nos rodeiam diariamente
têm seus comportamentos alterados de maneira diferente, dependendo da freqüência (f) da onda e
do tipo de meio com que interagem. Possibilitam desde a transmissão de dados por meio de fibras ópticas até um simples bronzeamento de pele.
O entendimento exato das expressões "ano-luz" e "minuto-luz" também exige o conhecimento da constante c. Ano-luz é a
distância percorrida pela luz no
vácuo durante um ano. É, literalmente, uma distância "astronômica", da ordem de 1013 km. Para
percorrê-la com uma nave a
45.000 km/h, levaríamos aproximadamente 100 mil anos terrestres. A compreensão do gigantismo absoluto dessa constante física e, ao mesmo tempo, da pequenez do seu valor quando comparado às dimensões galácticas
-da ordem de 1018- requer uma
análise mais consistente do que
realmente significam as inúmeras
constantes da física, que os vestibulandos acabam simplesmente
decorando. Decoram, por exemplo, que a aceleração da gravidade
é igual a 10 m/s2 (g=10 m/s2) e que
a carga elétrica elementar é igual a
1,6x10-19C (e=1,6x10-19C) -constante que foi descoberta na célebre experiência de Robert Millikan- sem, contudo, entender o
seu real significado. Essas e outras
constantes serão assunto da próxima coluna.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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