|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATUALIDADES
Uma nova proposta de paz para o Oriente Médio
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Encerrada a cúpula da Liga Árabe, em Beirute, em 27 e 28 de
março, o processo de paz para o
Oriente Médio continua uma incógnita. Reunidos no Líbano, representantes de 22 países árabes
discutiram o plano de paz apresentado pelo príncipe saudita Abdullah bin Abdul Aziz Al Saud.
Apesar das ausências de Hosni
Mubarak, presidente do Egito, e
de Iasser Arafat, líder da Autoridade Nacional Palestina, o plano
saudita foi aprovado por unanimidade pelos líderes da Liga Árabe e deverá ser encaminhado ao
Conselho de Segurança da ONU.
"Terra em troca de paz" compõe o eixo central da proposta que
visa normalizar em definitivo as
relações entre Israel e os países
árabes. Referendada pelos EUA, a
proposta saudita exige que Israel
devolva aos palestinos a faixa de
Gaza e a Cisjordânia, respeitando
os limites territoriais anteriores à
Guerra dos Seis Dias, de 1967. Estabelece ainda que Jerusalém
Oriental será a capital do futuro
Estado Palestino. Reconhece também o direito de retorno dos refugiados palestinos (cerca de 3,7 milhões), que foram obrigados a fugir da sua terra com a criação do
Estado de Israel, em 1948. Finalmente, o plano prevê a devolução
das colinas do Golã à Síria.
Mas tudo indica que o premiê
Ariel Sharon não está propenso a
aceitar essa paz global com o
mundo árabe. Aliás, sua truculência na condução da política israelense tem provocado não apenas a
ira dos árabes, mas também de
destacadas personalidades como
a do escritor português José Saramago, ganhador do Prêmio Nobel
de literatura. O autor do "Ensaio
sobre a Cegueira", em visita a Ramallah, declarou, referindo-se ao
cerco israelense aos palestinos,
que "tudo isso tem um ar de campo de concentração que me faz
lembrar Auschwitz". Instala-se a
polêmica. Enquanto isso, o Oriente Médio continua em chamas e o
mundo perplexo assiste o fracasso de mais uma iniciativa de paz.
Roberto Candelori é coordenador da
Cia de Ética, professor da Escola Móbile e
do Objetivo (Americana)
Texto Anterior: Geografia: Estude condições físicas, além de socioeconômicas Próximo Texto: História: Humanidade combina guerra e desenvolvimento Índice
|