|
Texto Anterior | Índice
Aluno que sempre estudou em escola pública conquistou vaga em letras
DA REPORTAGEM LOCAL
Peterson de Aguiar Alves, 19,
que cursou os ensinos fundamental e médio na mesma escola da rede pública em Poá
(Grande SP), foi um dos candidatos isentos da taxa de inscrição que passaram na Fuvest.
Hoje ele faz parte de uma das
turmas de letras da USP. Sobre a
experiência na escola, Peterson
diz não ter recebido uma formação adequada. "Foram poucos
os professores que fizeram alguma diferença na minha vida."
Quando estava no terceiro
ano do ensino médio, ele e duas
colegas de escola foram escolhidos para ganhar uma bolsa de
seis meses em uma rede de cursinhos de Suzano (cidade vizinha de Poá). Ao fim do curso,
em 2000, ele prestou vestibular
para direito, mas não foi aprovado. "Não é do dia para a noite
que se transforma uma pessoa."
No ano passado, ele passou o
primeiro semestre estudando
sozinho em sua casa, onde mora
com mais seis pessoas. "Era difícil conseguir se concentrar com
tanta gente", disse Peterson.
No segundo semestre, ele ligou para o mesmo cursinho que
lhe havia oferecido a bolsa e pediu outra, pois não poderia bancar o curso. Sua mãe é a única
pessoa empregada em sua casa.
Peterson tentou encontrar trabalho no ano passado, mas não
conseguiu. "Se tivesse encontrado serviço, talvez não tivesse
passado no vestibular."
Atualmente, ele recebe bolsa-alimentação para almoçar no
restaurante da universidade e
espera o resultado de seu pedido
por uma bolsa-trabalho para receber um salário mínimo por
dez horas semanais de serviço.
Como mora em Poá e demora
cerca de três horas para chegar à
faculdade, ele está dormindo
em um alojamento no estádio
da USP enquanto espera a seleção para o conjunto residencial
da universidade.
Texto Anterior: Acesso restrito: Apenas 1,7% dos isentos são aprovados na Fuvest Índice
|