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Para especialista, corrida para controlar casos será difícil
DA REDAÇÃO
A julgar por um editorial na
prestigiada revista norte-americana "The New England Journal
of Medicine" (www.nejm.com),
são mais que justificados os temores que cercam a rápida expansão
da pneumonia asiática. Assinado
por uma diretora dos CDC (Centros para Controle e Prevenção de
Doenças) dos EUA, referência
mundial em vigilância epidemiológica, o texto levanta dúvidas sobre a possibilidade de controlar
essa doença emergente.
O ceticismo de Julie Louise Gerberding, dos CDC, é explicitado já
no título "Mais rápido... mas rápido o bastante?". E retorna na conclusão: "Se tivermos uma sorte
extrema, a epidemia será interrompida, desenvolverá um padrão sazonal que melhorará as
perspectivas de contenção regional ou evoluirá mais lentamente
do que neste estágio inicial".
Já se o vírus conseguir superar a
velocidade de pesquisa, comunicação entre autoridades e controle internacional coordenado, o
quadro se torna preocupante:
"Poderemos ter de enfrentar uma
corrida longa e difícil".
O artigo de Gerberding foi publicado antecipadamente e com
livre acesso na internet, coisa que
revistas como a "NEJM" só fazem
em situações excepcionais (como
no caso de implicações graves para a saúde pública). Pode ser baixado de content.nejm.org/cgi/reprint/NEJMe030067v1.pdf.
A especialista argumenta que o
surgimento da pneumonia asiática revelou rapidez e coordenação
nunca antes verificadas entre organismos de saúde e laboratórios
de 11 países, sob a coordenação da
OMS (Organização Mundial da
Saúde). Destaca o papel da internet e de videoconferências na formação de uma rede instantânea
para troca de informações sobre a
doença, batizada entre técnicos
com o nome vago de síndrome
respiratória aguda grave (Sars, na
abreviação em língua inglesa).
Segundo Gerberding, essa agilidade de comunicação permitiu
que em apenas 12 dias um novo tipo de coronavírus fosse identificado como provável causador da
doença. A relação ainda não pode
ser considerada provada, diz o
editorial, mas oito laboratórios
espalhados pelo mundo já coletaram evidências que apontam para
o coronavírus desconhecido.
Daí a obter testes diagnósticos
confiáveis vai uma boa distância
-embora seu desenvolvimento
já esteja adiantado, diz Gerberding. Também já se buscam drogas eficazes contra o coronavírus,
e passos iniciais começam a ser
dados para criar uma vacina, mas
isso deve demorar ainda mais.
A dúvida é se chegarão a tempo
de evitar uma epidemia global.
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