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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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VIOLÊNCIA

Após os golpes na cabeça, Marcos Fonseca, 38, teria tentado simular um acidente; crime ocorreu em Moema (zona sul)

Desempregado é acusado de matar a mãe

DO "AGORA"

O desempregado Marcos Fonseca, 38, é acusado de matar sua mãe, uma aposentada de 72 anos. A bancária Elisa Fristashi ainda foi levada a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
O assassinato aconteceu no apartamento da vítima, em Moema, bairro nobre da zona sul de São Paulo. Ele está foragido.
Segundo depoimentos de funcionários e moradores do edifício, localizado na avenida Aratãs, Fonseca chegou ao local às 20h30 de anteontem. Em seguida, uma testemunha diz ter ouvido uma discussão no apartamento e os pedidos de socorro de Fristashi.
Uma perícia realizada no local indicou que foi utilizado um vaso de plantas para agredir a cabeça da aposentada. Em seguida, Fristashi teria sido arrastada até o banheiro, onde houve novas agressões na cabeça -dessa vez pancadas contra banheira e privada.
Um vizinho disse que, após ouvir os gritos da aposentada, o local ficou em silêncio. Fonseca teria tomado banho e fugido, deixando os cômodos revirados e com muitas marcas de sangue. Há digitais do desempregado no apartamento, de acordo com a polícia.
Ao sair do prédio, segundo investigadores, Fonseca teria ido buscar a namorada, Sandra Lia Guimarães Lourenço, na avenida Jacutinga, via próxima à Aratãs, em Moema. O casal teria então retornado ao apartamento de Fristashi. Eles teriam ficado pouco tempo no local, voltando à entrada do edifício, onde pediram ao porteiro que chamasse o resgate. O casal disse que a aposentada havia sofrido acidente de trânsito.
Os bombeiros encontraram Fristashi ainda com vida. Ela foi transferida para o Hospital São Luiz, mas não resistiu aos ferimentos -teve politraumatismo.
O casal teria deixado o prédio e ido à casa do pai de Fonseca, o aposentado e ex-diretor de banco Raul Fonseca, 69. O pai disse à polícia que Fonseca, aparentemente bêbado, queria dinheiro emprestado. Foi também o executivo que afirmou à polícia que Fonseca não trabalha e usa drogas desde os 18 anos. De acordo com Raul, a mãe pagava uma mesada a ele.
Poucas horas depois da agressão, ainda na quarta-feira, a namorada de Fonseca foi vista mais uma vez no edifício, de onde saiu com uma mala. Sandra Lourenço foi detida às 17h30 de ontem sob acusação de co-autoria do crime -teria ajudado Fonseca a fugir e a forjar a versão contada aos funcionários do prédio.
Há cinco anos Fristashi deixou de morar com o filho. Ela teria decidido sair de casa depois de ter sido espancada no elevador. Na ocasião, de acordo com vizinhos que pediram para não serem identificados, Fonseca também disse que a mãe tinha sofrido um acidente de trânsito.
Até a noite de ontem, Fonseca continuava foragido. Em contato com a polícia, o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira afirmou à polícia que o acusado se apresentará na terça-feira. Segundo o advogado Roberto Podval, que defende Lourenço, a prisão é inconsistente, pois ela não teve participação em nenhum crime. "Para nós, a prisão de Sandra é apenas uma forma de pressionar o namorado a se entregar."


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