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VIOLÊNCIA
Previsão de queda de arrecadação com atraso na votação da CPMF obriga a suspensão "temporária" de parte dos R$ 422 milhões
Governo congela R$ 106 mi para segurança
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal suspendeu
temporariamente 25% do investimento em segurança pública este
ano. Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Cláudio
Tucci, o congelamento dos repasses do Plano Nacional de Segurança Pública a Estados e municípios é de R$ 106 milhões. Previa-se aplicar R$ 422 milhões no setor.
No início deste ano, o governo
federal deu prioridade à segurança pública após o aumento dos índices de criminalidade.
O próprio presidente Fernando
Henrique Cardoso chegou a pedir
agilidade ao Congresso na votação de projetos para combate a
violência, que deverá ser um dos
principais temas da campanha
presidencial deste ano.
A limitação na liberação de verbas ocorre porque o governo prevê queda na arrecadação. No caso
da segurança pública, parte dos
recursos é captada pela CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira). A cobrança desse tributo termina em
junho e sua prorrogação depende
de aprovação no Congresso.
Para não haver interrupção na
cobrança, a emenda que prevê a
prorrogação deveria ter sido promulgada até março. Após a promulgação, ainda há um prazo de
90 dias para que a CPMF possa
voltar a ser cobrada novamente.
O prejuízo estimado com o atraso
da cobrança é de R$ 4,8 bilhões.
Apesar disso, o Ministério da
Justiça espera usar os R$ 422 milhões e ainda conseguir verbas suplementares. "Não vejo risco neste momento", afirmou Tucci, que
disse ter recebido "garantias" da
equipe econômica.
No ano passado, o Fundo Nacional de Segurança Pública deveria dispor de R$ 513 milhões. Foram aplicados no combate à criminalidade R$ 414 milhões.
O Plano Nacional de Segurança
Pública -que fará dois anos em
junho- é alvo de críticas por não
ter atrelado resultados aos repasses. Este ano, as verbas estão condicionadas à integração dos comandos das polícias Civil e Militar para uma futura unificação.
Os recursos são direcionados
para a compra de carros e equipamentos, treinamento e polícias
comunitárias, mas também são
usados para suprir carências básicas. Em 2001, por exemplo, alguns
Estados usaram a verba federal
para comprar gasolina, pneus,
uniformes, lápis, canetas e boletins de ocorrência.
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