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MINAS GERAIS
Cartório de Nova Lima pede orientação à Justiça
Pai de criança gerada no útero da avó não consegue registrar nascimento
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Nascida no domingo em maternidade de Nova Lima (região metropolitana de Belo Horizonte),
Bianca, gerada no útero da avó
paterna após fertilização em laboratório, ainda não foi registrada.
Anteontem, o pai de Bianca, o
engenheiro civil Fabiano Menezes, 29, esteve no cartório da cidade para registrar o nascimento
com o nome da mãe biológica. Levou declarações médicas e a autorização do Conselho Regional de
Medicina mineiro para que a gestante fosse parente dele.
Mas não conseguiu. Foi informado de que o documento não
poderia ter o nome da mãe biológica, já que a declaração de nascido vivo (fornecida pelo hospital e
cuja apresentação no cartório é
obrigatória) trazia o nome de Elizabeth Sales, 53 -mãe do engenheiro civil e avó da menina.
O tabelião pediu esclarecimentos sobre o caso ao fórum local. O
juiz dará um parecer, que pode
autorizar o registro pelos pais biológicos ou pedir, por exemplo,
um exame de DNA para comprovar a maternidade da criança.
Reprodução assistida
A engenheira Veridiana do Vale
Menezes, 30, mãe biológica de
Bianca, nasceu sem útero e com
ovários perfeitos. Após tratamento de reprodução assistida, teve o
óvulo extraído e fecundado em laboratório com o espermatozóide
do marido. O embrião foi transferido para o útero da sogra de Veridiana, mãe de dois filhos.
O pai de Bianca disse que já previa dificuldades para registrar a
menina. "Provavelmente, o caminho será o exame de DNA."
Segundo Manoel Bezerra, advogado da família, a reforma do Código Civil contempla reconhecimento de filhos provenientes de
algumas formas de reprodução
assistida, mas não prevê o registro
de crianças geradas em "útero de
substituição", como Bianca.
O pai da menina teme que, sem
o registro, haja problemas com o
plano de saúde da criança. "O plano de saúde pode não aceitar nossa filha como dependente."
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