São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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PERNAMBUCO

Presos as obrigaram a fazer sexo, diz polícia

Prostitutas fazem visita íntima e passam três dias em cela de presídio

MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA

Dois detentos do regime semi-aberto da penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá (PE), foram autuados por cárcere privado e estupro. Eles mantiveram, segundo a polícia, duas prostitutas nas celas e as obrigaram a fazer sexo durante três dias.
Elas entraram no local no sábado (quando é liberado o encontro conjugal) e deveriam ter saído no domingo. Mas, segundo a polícia, os presos as trancaram na cela e ameaçaram matá-las caso se negassem a fazer sexo ou pedissem ajuda. Na terça à tarde, agentes penitenciários descobriram a presença das garotas e as libertaram.
"Elas foram privadas de sua liberdade e tiveram de fazer sexo contra a vontade. Isso caracteriza cárcere privado e estupro", disse o delegado Gilmar Rodrigues.
Segundo ele, as prostitutas disseram cobrar R$ 10 e fazer ponto diante de prisões da região metropolitana de Recife em dia de visita conjugal. "Elas disseram ter livre acesso a vários presídios. No sábado, foram chamadas na frente da penitenciária pelos acusados."
Rodrigo Lucas de Almeida, 29, e Wagner Igor dos Santos, 22, condenados por roubo, foram levados ao Cotel (Centro de Triagem de Abreu e Lima), de onde serão encaminhados a outro presídio. A reportagem não conseguiu falar com eles ou com seus advogados.
Uma prostituta, segundo Rodrigues, disse ser portadora do HIV. "Os presos que a estupraram não sabiam, ficaram furiosos."
O gerente do serviço de inteligência do Sistema Penitenciário estadual, coronel Josberto Rocha, disse que uma sindicância apurará se houve conivência de funcionários para a permanência das mulheres. "Admito que houve falha, que deve ser investigada."
Rocha disse que os crimes de cárcere privado e estupro não estão confirmados. "Existe a possibilidade de que elas tenham permanecido por vontade própria, para ganhar dinheiro."
Em maio, uma fábrica improvisada de pinga foi descoberta em outro presídio em Itamaracá.


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