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PERNAMBUCO
Presos as obrigaram a fazer sexo, diz polícia
Prostitutas fazem visita íntima e passam três dias em cela de presídio
MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA
Dois detentos do regime semi-aberto da penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá
(PE), foram autuados por cárcere
privado e estupro. Eles mantiveram, segundo a polícia, duas
prostitutas nas celas e as obrigaram a fazer sexo durante três dias.
Elas entraram no local no sábado (quando é liberado o encontro
conjugal) e deveriam ter saído no
domingo. Mas, segundo a polícia,
os presos as trancaram na cela e
ameaçaram matá-las caso se negassem a fazer sexo ou pedissem
ajuda. Na terça à tarde, agentes
penitenciários descobriram a presença das garotas e as libertaram.
"Elas foram privadas de sua liberdade e tiveram de fazer sexo
contra a vontade. Isso caracteriza
cárcere privado e estupro", disse o
delegado Gilmar Rodrigues.
Segundo ele, as prostitutas disseram cobrar R$ 10 e fazer ponto
diante de prisões da região metropolitana de Recife em dia de visita
conjugal. "Elas disseram ter livre
acesso a vários presídios. No sábado, foram chamadas na frente
da penitenciária pelos acusados."
Rodrigo Lucas de Almeida, 29, e
Wagner Igor dos Santos, 22, condenados por roubo, foram levados ao Cotel (Centro de Triagem
de Abreu e Lima), de onde serão
encaminhados a outro presídio. A
reportagem não conseguiu falar
com eles ou com seus advogados.
Uma prostituta, segundo Rodrigues, disse ser portadora do HIV.
"Os presos que a estupraram não
sabiam, ficaram furiosos."
O gerente do serviço de inteligência do Sistema Penitenciário
estadual, coronel Josberto Rocha,
disse que uma sindicância apurará se houve conivência de funcionários para a permanência das
mulheres. "Admito que houve falha, que deve ser investigada."
Rocha disse que os crimes de
cárcere privado e estupro não estão confirmados. "Existe a possibilidade de que elas tenham permanecido por vontade própria,
para ganhar dinheiro."
Em maio, uma fábrica improvisada de pinga foi descoberta em
outro presídio em Itamaracá.
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