São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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EDUCAÇÃO

Polícia investiga quatro suspeitos de terem recebido R$ 15 para trancar prédios e impedir entrada de funcionários

Piquetes acirram paralisação na USP

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os piquetes que vêm sendo realizados por funcionários da USP (Universidade de São Paulo) em greve têm dificultado a negociação entre a reitoria e os grevistas.
A paralisação de professores e de funcionários da USP completou oito dias ontem. Na Unicamp (Universidade de Campinas), a greve já dura nove dias. E, na Unesp (Universidade Estadual Paulista) há unidades paralisadas há 15 dias. Estudantes da USP, em assembléia realizada anteontem, deliberaram apoio à greve e indicativo de greve estudantil.
A categoria reivindica reajuste salarial de 16%, mas reitores e o governador Geraldo Alckmin têm ressaltado que não é possível dar nenhum reajuste.
Há uma semana, foi instaurado inquérito policial por conta dos piquetes que impedem a entrada nos prédios da USP de funcionários que não aderiam à greve.
A polícia também investiga denúncia de que quatro pessoas detidas, que supostamente não eram ligadas à universidade, teriam sido paradas pela Guarda Universitária dentro do campus da USP, na madrugada do dia 1º, com correntes e cadeados para trancar prédios.
Segundo informações da reitoria da USP, essas quatro pessoas seriam "piqueteiros terceirizados" e teriam dito à guarda do campus que, para exercer a "atividade", receberam R$ 15.
"Estranhamente, a guarda não apresentou essas pessoas na delegacia. Mas elas já foram identificadas e serão ouvidas sobre o caso", informou Arquimedes Cassão Veras Jr., delegado do 93º DP.
De acordo com Magno de Carvalho, presidente do sindicato dos funcionários da USP, trata-se de "uma armação"."A greve está muito forte e essa é uma tentativa de criminalizar o movimento."
Carvalho diz que as pessoas detidas e liberadas pertencem ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). "São companheiros que nos ajudam a distribuir o "x-greve" [sanduíche servido aos grevistas]", disse. "Essa história é pura calúnia. Não usamos correntes nem cadeados em piquetes."

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