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JUSTIÇA
Sem alvará para a obra e localizada em área residencial, a mostra deveria receber, em 40 dias, público de cem mil
Nova decisão adia Casa Cor para 2º semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma decisão judicial deve adiar
a Casa Cor São Paulo, um dos
maiores eventos de decoração da
cidade, para o próximo semestre.
Anteontem, o Tribunal de Justiça do Estado acatou um recurso
da Subprefeitura de Campo Limpo e suspendeu o efeito da liminar
que autorizava o prosseguimento
das obras de reforma no imóvel
que sediaria o evento, no Morumbi (zona oeste da capital).
Em abril, depois de ter ordenado a suspensão da obra e de ter
multado seus responsáveis em
cerca de R$ 500 mil (parte disso
por eles não terem cumprido o
embargo), a subprefeitura havia
lacrado a casa da av. D. Maria
Mesquita de Mota e Silva. Os motivos foram dois: não havia alvará
municipal autorizando as modificações no imóvel, que, por sua
vez, fica numa zona estritamente
residencial (Z1) -e por isso não
poderia abrigar uma mostra que
recebe, em cerca de 40 dias, pouco
mais de cem mil visitantes.
Em maio, a Casa Cor havia conseguido uma liminar na 7ª Vara
da Fazenda Pública, autorizando
a retomada da reforma.
Ontem, em nota, o diretor Roberto Dimbério disse que entrará
com pedido de reconsideração da
suspensão da liminar, mas que,
por outro lado, já está em negociações para a realização do evento em outro local, de forma a garantir que ocorra ainda no segundo semestre. A previsão inicial era
que a mostra tivesse começado no
dia 2 e fosse até 11 de julho.
Na opinião do subprefeito de
Campo Limpo, Ramiro Meves, a
mudança de endereço da Casa
Cor é a melhor solução, já que, segundo ele, a região não tem estrutura nem para receber o tráfego
de carros que o evento atrairia.
Meves conta que só descobriu
que a Casa Cor não tinha alvará
para a reforma porque recebeu
reclamações de moradores em razão do barulho das obras. A casa
está localizada numa zona nobre e
tem vizinhos como os apresentadores de TV Sílvio Santos e Hebe
Camargo, disse o subprefeito.
Os responsáveis pelo evento
chegaram a ser investigados pela
Polícia Ambiental por suposto
corte ilegal de árvores de uma
Área de Preservação Permanente.
A Casa Cor, entretanto, nega que
tenha desmatado a região.
O evento está na sua 18ª edição.
Ele é realizado em outras 13 cidades brasileiras e em Lima, capital
do Peru. Em São Paulo, nos dois
últimos anos, a Casa Cor ocupou
imóveis tombados. Os locais têm
de ser reformados internamente
para possibilitar a montagem dos
ambientes da mostra, que reúne
propostas e trabalhos de arquitetos, designers e decoradores de
cada cidade onde ocorre.
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