São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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JUSTIÇA

Sem alvará para a obra e localizada em área residencial, a mostra deveria receber, em 40 dias, público de cem mil

Nova decisão adia Casa Cor para 2º semestre

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma decisão judicial deve adiar a Casa Cor São Paulo, um dos maiores eventos de decoração da cidade, para o próximo semestre.
Anteontem, o Tribunal de Justiça do Estado acatou um recurso da Subprefeitura de Campo Limpo e suspendeu o efeito da liminar que autorizava o prosseguimento das obras de reforma no imóvel que sediaria o evento, no Morumbi (zona oeste da capital).
Em abril, depois de ter ordenado a suspensão da obra e de ter multado seus responsáveis em cerca de R$ 500 mil (parte disso por eles não terem cumprido o embargo), a subprefeitura havia lacrado a casa da av. D. Maria Mesquita de Mota e Silva. Os motivos foram dois: não havia alvará municipal autorizando as modificações no imóvel, que, por sua vez, fica numa zona estritamente residencial (Z1) -e por isso não poderia abrigar uma mostra que recebe, em cerca de 40 dias, pouco mais de cem mil visitantes.
Em maio, a Casa Cor havia conseguido uma liminar na 7ª Vara da Fazenda Pública, autorizando a retomada da reforma.
Ontem, em nota, o diretor Roberto Dimbério disse que entrará com pedido de reconsideração da suspensão da liminar, mas que, por outro lado, já está em negociações para a realização do evento em outro local, de forma a garantir que ocorra ainda no segundo semestre. A previsão inicial era que a mostra tivesse começado no dia 2 e fosse até 11 de julho.
Na opinião do subprefeito de Campo Limpo, Ramiro Meves, a mudança de endereço da Casa Cor é a melhor solução, já que, segundo ele, a região não tem estrutura nem para receber o tráfego de carros que o evento atrairia.
Meves conta que só descobriu que a Casa Cor não tinha alvará para a reforma porque recebeu reclamações de moradores em razão do barulho das obras. A casa está localizada numa zona nobre e tem vizinhos como os apresentadores de TV Sílvio Santos e Hebe Camargo, disse o subprefeito.
Os responsáveis pelo evento chegaram a ser investigados pela Polícia Ambiental por suposto corte ilegal de árvores de uma Área de Preservação Permanente. A Casa Cor, entretanto, nega que tenha desmatado a região.
O evento está na sua 18ª edição. Ele é realizado em outras 13 cidades brasileiras e em Lima, capital do Peru. Em São Paulo, nos dois últimos anos, a Casa Cor ocupou imóveis tombados. Os locais têm de ser reformados internamente para possibilitar a montagem dos ambientes da mostra, que reúne propostas e trabalhos de arquitetos, designers e decoradores de cada cidade onde ocorre.


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