São Paulo, Sexta-feira, 04 de Junho de 1999
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Alguns vírus causam apenas infecções

do redator-médico

Especialistas consideram atualmente que o câncer de colo do útero é provocado pelo HPV (papilomavírus humano), mas alguns tipos podem causar apenas uma infecção transitória.
São os vírus oncogênicos que podem provocar as lesões que acabam se transformando no câncer cervical.
A proposta é diagnosticar precocemente a presença do vírus oncogênico. Parecida com uma pequena verruga, no colo do útero, pode se transformar em lesão pré-cancerosa e evoluir para a lesão maligna e a forma invasiva de câncer.
Por existirem as formas benignas, que provocam as frequentes verrugas da pele, a identificação do tipo de HPV na prevenção de câncer do colo de útero é importante. Dos mais de 70 tipos existentes, 13 estão associados à doença.
Na reunião sobre novos avanços para a detecção e eliminação do câncer cervical, realizada em Chamonix, na França, em fevereiro, especialistas dos Estados Unidos e da Europa consideraram a tipagem do HPV importante para os casos em que haja dúvidas nos exames das células feitos pelo teste de Papanicolau.
Entre os trabalhos apresentados, foram relatados resultados com o teste de captura híbrida digene para detecção do HPV. O exame é um teste efetivo, que deve entrar para a rotina da prática clínica.
Com o uso de técnicas de biologia molecular, analisa o material do colo do útero e, por quimioluminiscência, detecta o DNA dos vírus. Dessa forma, identifica os 13 tipos de HPV de alto risco.
O professor J. Thomas Cox, diretor da Clínica Ginecológica da Universidade da Califórnia, nos EUA, disse que o teste mostrou mais sensibilidade que a citologia e maior objetividade. Para ele, o exame permite diagnosticar a doença invasiva muitos anos antes.
O professor Chris Meijer, da Holanda, falou da importância de fazer o teste do HPV-DNA em mulheres com Papanicolau normal, mas consideradas de alto risco: são as sexualmente ativas e com menos de 30 anos.
Na população jovem e sexualmente ativa, a infecção pelo HPV é mais observada nas mulheres com múltiplos parceiros, afirmou F. Xavier Bosch, do Instituto Catalão de Oncologia, na Espanha.


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