GABRIELA SCHEINBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Municipal de Saúde identificou um surto de rubéola em um prédio comercial no centro de São Paulo. Até a tarde de ontem, 19 casos da doença já tinham sido confirmados.
A secretaria deve realizar hoje uma campanha de vacinação para os 3.600 funcionários do prédio da empresa Quatro A, especializada em telemarketing e em centrais de atendimento, localizada na praça da República, 295.
O surto foi descoberto pela secretaria. Todos os exames de doenças infecciosas registradas na capital são enviados ao órgão. Após um cruzamento de dados, observou-se que um número grande de doentes trabalhava no mesmo prédio.
A secretaria informou a empresa. De acordo com Valéria Marques Simão, engenheira do trabalho da Quatro A, a empresa foi notificada na última sexta-feira.
A empresa confirmou apenas oito casos. Essas pessoas já foram afastadas do trabalho, segundo a assessoria de imprensa da Atento, multinacional espanhola que comprou a Quatro A.
Os casos registrados ocorreram no 10º andar do prédio. A assessoria de imprensa da empresa informou que os funcionários do 9º e do 8º andar já foram vacinados.
Muitos funcionários da empresa, no entanto, desconheciam o surto. Esse foi o caso de Michel Goy Villar, 26. "Nós não fomos informados sobre o surto nem sobre a vacinação", disse.
Vera Lúcia Schrot, 40, também afirmou que não sabia. "É um absurdo. Nós deveríamos ter sido informados."
Regiane Pelicano, 25, também não sabia da vacinação. "Mas eu ouvi uma conversa no elevador sobre duas pessoas que teriam sido afastadas, pois tinham alguma coisa. Não sabia que era rubéola."

Sintomas
Segundo o médico Vicente Amato Neto, é comum haver surtos de rubéola durante o inverno, pois a doença é transmitida por vias respiratórias, assim como a gripe. "Mas desconheço um caso como esse, onde um prédio específico tenha sido afetado."
Os principais sintomas da doença são febre, mal-estar, dor de garganta, formação de gânglios (ínguas) -principalmente na região da orelha- e manchas vermelhas espalhadas pelo corpo.
A doença apresenta riscos mais graves apenas para mulheres grávidas. "Se a doença passar para o feto, ele pode desenvolver rubéola congênita, que pode causar retardo mental", informou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz.
Segunda a assessoria de imprensa da Atento, as funcionárias grávidas já foram afastadas.



Texto Anterior: Evento Folha: Problema do ensino superior é tema de debate
Próximo Texto: Acre investiga contaminação por mercúrio
Índice