São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2000


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Acre investiga contaminação por mercúrio

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

A Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Acre está investigando a possibilidade de parte da população de Rio Branco ter sido contaminada por mercúrio.
Segundo o relatório apresentado pelo IEC (Instituto Evandro Chagas), com sede em Belém (PA), 7% das 571 pessoas que tiveram amostras de sangue e do tecido capilar examinadas apresentaram sinais do metal no organismo acima do limite de dez microgramas por grama -índice máximo definido pela Organização Mundial da Saúde.
As pesquisas, divulgadas para o Ministério Público na semana passada, começaram em fevereiro de 1998, após 25 pessoas terem apresentado sinais de contaminação entre 1996 e 1997.
Para não causar pânico na população local, o IEC omitiu informações no decorrer dos trabalhos. Em 97, após o anúncio de alguns casos, muitas pessoas deixaram de comer peixe, temendo a contaminação.
A promotora Patrícia de Amorim Rêgo, da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente, afirma que ainda não há motivos para decretar estado de calamidade pública.
"Com os dados do instituto em mãos, temos a obrigação de apurar todas as causas da contaminação. O momento não é de desespero, mas sim de preocupação."

Tóxico
O mercúrio é um metal altamente tóxico, que se acumula no organismo e causa problemas neurológicos e até a morte. Ele pode afetar principalmente rins, fígado e sistema nervoso.
De acordo com o IEC, há duas possibilidades para a contaminação: as queimadas e a garimpagem.
A propagação por meio das queimadas deve-se ao fato de o solo da região ter maior concentração de matéria orgânica. O mercúrio combina com facilidade a substâncias orgânicas.
Pelo lado da mineração, os ventos carregam a fumaça do metal vaporizado -durante o processo de extração de ouro em Estados vizinhos. No Acre, o garimpo não é permitido.


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