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Com 17 anos, Maria Carolina afirma já ter provado "de tudo" em termos de sexo
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem faz tanto tempo assim
que a estudante Maria Carolina
(nome fictício) perdeu a virgindade. Aos 17 anos, ela diz já ter
provado "de tudo" - ou "muita
coisa", segundo suas palavras.
Quase tudo e muita coisa incluem sexo anal, a três (com
uma menina e um menino) e
uma experiência "leve" (só beijos e carícias) com outra garota.
A vida sexual de Maria Carolina começou aos 13 anos, com
os seios ainda em formação e
poucos pêlos pubianos, por iniciativa masculina. O então namorado pediu, ela cedeu. Ali
mesmo, na casa dos pais.
Foi ao ginecologista pela primeira vez no primeiro semestre do ano passado, levada pela
mãe, que até hoje desconhece
seu cotidiano sexual ativo.
"Sempre transo com camisinha, nunca engravidei. Hoje tomo a pílula direitinho, não perco um dia", diz a adolescente,
que agora tem um "ficante" fixo, um namorado ainda não
oficial com quem não mantém
uma relação de fidelidade.
O exemplo de Maria Carolina
é o retrato da pesquisa Cebrap
(Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento), com financiamento do Ministério da Saúde,
que revela que mulheres brasileiras estão fazendo sexo e tendo filhos cada vez mais novas.
Outra adolescente, Fernanda
(também nome fictício), não
conhece Maria Carolina, mas
tem um histórico de vida sexual
semelhante.
Começou a transar aos 14, há
dois anos, e já passou "dos limites" (houve penetração) com
alguns meninos.
"Se a gente não fizer, o namorado procura outra. Os meninos são muito safados", justifica. A mãe sabe da vida sexual
dela e apóia.
"Ela me leva no médico e diz
o que não é bom fazer." O que
não é bom fazer: sexo sem camisinha e no carro do namorado, que também é da escola.
A melhor amiga, com quem
Fernanda passeava ontem no
shopping Pátio Higienópolis e
que topa falar na condição de
anonimato, diz que a categoria
de virgem pouco importa aos
meninos que já namorou.
"Aprendi a colocar a camisinha. Minha mãe compra e sempre levo na bolsa [ela mostra]",
diz a adolescente de 17 anos.
Fernanda e a amiga anônima
dizem que sexo e fidelidade são
os assuntos mais comentados
nas rodas da escola e que todas
as colegas dizem já ter perdido
a virgindade. "Aos 16 anos não é
cedo demais. Se os meninos podem, por que a gente não?", diz.
"Menino quando transa com
muitas é garanhão; menina, é
galinha", responde Fernanda.
E as duas riem.
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