São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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Com 17 anos, Maria Carolina afirma já ter provado "de tudo" em termos de sexo

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem faz tanto tempo assim que a estudante Maria Carolina (nome fictício) perdeu a virgindade. Aos 17 anos, ela diz já ter provado "de tudo" - ou "muita coisa", segundo suas palavras.
Quase tudo e muita coisa incluem sexo anal, a três (com uma menina e um menino) e uma experiência "leve" (só beijos e carícias) com outra garota.
A vida sexual de Maria Carolina começou aos 13 anos, com os seios ainda em formação e poucos pêlos pubianos, por iniciativa masculina. O então namorado pediu, ela cedeu. Ali mesmo, na casa dos pais.
Foi ao ginecologista pela primeira vez no primeiro semestre do ano passado, levada pela mãe, que até hoje desconhece seu cotidiano sexual ativo.
"Sempre transo com camisinha, nunca engravidei. Hoje tomo a pílula direitinho, não perco um dia", diz a adolescente, que agora tem um "ficante" fixo, um namorado ainda não oficial com quem não mantém uma relação de fidelidade.
O exemplo de Maria Carolina é o retrato da pesquisa Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), com financiamento do Ministério da Saúde, que revela que mulheres brasileiras estão fazendo sexo e tendo filhos cada vez mais novas.
Outra adolescente, Fernanda (também nome fictício), não conhece Maria Carolina, mas tem um histórico de vida sexual semelhante.
Começou a transar aos 14, há dois anos, e já passou "dos limites" (houve penetração) com alguns meninos.
"Se a gente não fizer, o namorado procura outra. Os meninos são muito safados", justifica. A mãe sabe da vida sexual dela e apóia.
"Ela me leva no médico e diz o que não é bom fazer." O que não é bom fazer: sexo sem camisinha e no carro do namorado, que também é da escola.
A melhor amiga, com quem Fernanda passeava ontem no shopping Pátio Higienópolis e que topa falar na condição de anonimato, diz que a categoria de virgem pouco importa aos meninos que já namorou.
"Aprendi a colocar a camisinha. Minha mãe compra e sempre levo na bolsa [ela mostra]", diz a adolescente de 17 anos.
Fernanda e a amiga anônima dizem que sexo e fidelidade são os assuntos mais comentados nas rodas da escola e que todas as colegas dizem já ter perdido a virgindade. "Aos 16 anos não é cedo demais. Se os meninos podem, por que a gente não?", diz.
"Menino quando transa com muitas é garanhão; menina, é galinha", responde Fernanda. E as duas riem.


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