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PÍLULA INÓCUA
Empresa sofreu com desvios antes do caso Microvlar e suspeita de ação de quadrilha dentro de sua fábrica
Polícia tem suspeitos de furto na Schering
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
O advogado José Carlos Dias,
um dos contratados pela Schering
do Brasil após o derrame das pílulas Microvlar, disse ontem que a
empresa e a polícia já têm suspeitos de terem praticado o furto do
medicamento de teste.
O desvio teria sido praticado por
uma quadrilha, atuando dentro
das dependências da fábrica.
A Folha apurou que a empresa
vinha investigando uma série de
furtos continuados dentro da
Schering e que, cerca de um mês
antes da divulgação do caso, a segurança dentro da fábrica havia sido reforçada.
Tanto Dias quanto o delegado
Sergio Abdalla, titular do 11º DP
(Santo Amaro), responsável pelo
inquérito, esperam concluir as investigações na próxima semana,
mas não divulgaram os nomes dos
suspeitos.
"Eu acho que os suspeitos estão
detectados, mas não vamos divulgar nomes. Precisamos conseguir
mais elementos para provar as
suspeitas e precisamos conseguir
nos próximos dias", disse Dias.
Dias e outra advogada da Schering, Haydee Roveratti, estiveram
reunidos ontem com o delegado
Sergio Abdalla para trocar informações sobre o caso.
"Não foi um crime individual.
Há suspeitos, mas não há prova
ainda, e queremos uma prova robusta. Temos a mesma convicção
que a polícia", disse Dias.
Independentemente das investigações estarem convergindo para
um furto dentro da Schering, o delegado Abdalla continuará ouvindo as vítimas, farmacêuticos e técnicos das empresas Vega Sopave e
Ciba, apesar de as suspeitas de que
o furto tenha ocorrido no transporte ou na incineração do Microvlar estarem quase descartadas.
Na segunda-feira, o delegado
ouve dois farmacêuticos e mais
três vítimas. Na terça, funcionários da Vega Sopave e da Ciba.
Rigor alemão
O advogado José Carlos Dias
reafirmou que empresa assume
que errou no caso e que vai arcar
com sua responsabilidade.
Segundo ele, se o rigor da legislação da Alemanha, onde fica a matriz da empresa, para casos como
esse for maior que o do Brasil, a
empresa aplicará a lei alemã.
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