São Paulo, sábado, 4 de julho de 1998

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PÍLULA INÓCUA
Empresa sofreu com desvios antes do caso Microvlar e suspeita de ação de quadrilha dentro de sua fábrica
Polícia tem suspeitos de furto na Schering

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O advogado José Carlos Dias, um dos contratados pela Schering do Brasil após o derrame das pílulas Microvlar, disse ontem que a empresa e a polícia já têm suspeitos de terem praticado o furto do medicamento de teste.
O desvio teria sido praticado por uma quadrilha, atuando dentro das dependências da fábrica.
A Folha apurou que a empresa vinha investigando uma série de furtos continuados dentro da Schering e que, cerca de um mês antes da divulgação do caso, a segurança dentro da fábrica havia sido reforçada.
Tanto Dias quanto o delegado Sergio Abdalla, titular do 11º DP (Santo Amaro), responsável pelo inquérito, esperam concluir as investigações na próxima semana, mas não divulgaram os nomes dos suspeitos.
"Eu acho que os suspeitos estão detectados, mas não vamos divulgar nomes. Precisamos conseguir mais elementos para provar as suspeitas e precisamos conseguir nos próximos dias", disse Dias.
Dias e outra advogada da Schering, Haydee Roveratti, estiveram reunidos ontem com o delegado Sergio Abdalla para trocar informações sobre o caso.
"Não foi um crime individual. Há suspeitos, mas não há prova ainda, e queremos uma prova robusta. Temos a mesma convicção que a polícia", disse Dias.
Independentemente das investigações estarem convergindo para um furto dentro da Schering, o delegado Abdalla continuará ouvindo as vítimas, farmacêuticos e técnicos das empresas Vega Sopave e Ciba, apesar de as suspeitas de que o furto tenha ocorrido no transporte ou na incineração do Microvlar estarem quase descartadas.
Na segunda-feira, o delegado ouve dois farmacêuticos e mais três vítimas. Na terça, funcionários da Vega Sopave e da Ciba.
Rigor alemão
O advogado José Carlos Dias reafirmou que empresa assume que errou no caso e que vai arcar com sua responsabilidade.
Segundo ele, se o rigor da legislação da Alemanha, onde fica a matriz da empresa, para casos como esse for maior que o do Brasil, a empresa aplicará a lei alemã.



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