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ACIDENTE EM MARESIAS
Cadáver de Fernanda Vogel estava próximo do local onde foi achado o do piloto Ronaldo Ribeiro
Localizados corpo da modelo e aeronave
Reginaldo Pupo/Folha Imagem
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Bombeiros retiram o corpo da modela Fernando Vogel, morta em acidente aéreo, da praia de Santiago, em São Sebastião (SP) |
MARIA TERESA MORAES
DEBORAH COSTA
ENVIADAS ESPECIAIS A SÃO SEBASTIÃO
Os bombeiros encontraram às
7h45 de ontem o corpo da modelo
Fernanda Vogel, 20, desaparecida
desde sexta-feira da semana passada, quando o helicóptero do
grupo Pão de Açúcar no qual viajava com o namorado, o empresário João Paulo Diniz, 37, caiu no
mar, a 3 km da praia de Maresias,
no litoral norte de São Paulo.
Mais tarde, às 11h30, mergulhadores civis, sem relação com a
equipe de resgate, encontraram a
carcaça do helicóptero a 17,5 metros de profundidade, no Canto
da Moreira, na parte sul de Maresias, a 1,5 km do local do acidente.
O corpo da modelo foi encontrado muito perto do ponto onde,
três dias antes, havia sido achado
o cadáver do piloto Ronaldo Jorge
Ribeiro, 47, que conduzia a aeronave -na praia de Santiago, a 5
km de Maresias. A única diferença é que o corpo da modelo estava
a cerca de 400 metros da costa, enquanto o piloto foi achado a cem
metros, aproximadamente.
Apesar de o cadáver de Fernanda ter sido achado às 7h45, ele só
foi retirado do mar às 9h20, quando funcionários do Instituto Médico Legal chegaram com um caixão e um saco plástico preto.
A modelo foi envolta no saco
plástico e colocada no caixão ainda no mar. Quando o corpo do piloto foi encontrado, os peritos
analisaram o cadáver na areia.
Durante a retirada do corpo de
Fernanda do mar, houve tumulto
devido à presença de jornalistas e
curiosos atraídos para Santiago
-uma praia, em geral, deserta.
Mesmo antes da identificação
oficial, o corpo encontrado já havia sido reconhecido como o da
modelo, pois havia uma tatuagem
tribal na nuca, como havia sido
descrito por João Paulo Diniz aos
integrantes da equipe de resgate.
A modelo estava apenas de lingerie, confirmando versão do namorado de que todos os tripulantes haviam tirado a roupa quando
começaram a nadar para ganhar
mais velocidade na água.
No IML de São Sebastião, um
primo da modelo, Henrique Vogel Oliveira, 25, e um amigo de Diniz, Maurício Costa Ramo, 32, reconheceram oficialmente o corpo
como sendo de Fernanda. Às
15h06, o corpo foi levado a Itaboraí (RJ), onde a namorada de João
Paulo e sua família moravam.
Segundo a necropsia, a morte
ocorreu por afogamento. De
acordo com o médico do IML José Roberto Nunes, o laudo ficará
pronto em 15 dias.
O encontro do cadáver da modelo praticamente encerrou uma
das maiores operações de resgate
nos últimos anos no litoral norte
-durante sete dias, foram mobilizados mais de 70 homens, dois
navios, duas lanchas, oito botes,
dois carros e três helicópteros.
Hoje, segundo o major Daniel
Onias Nossa, que vinha comandando a operação de resgate, o
efetivo da equipe deve ser diminuído, já que resta apenas retirar
o helicóptero do fundo do mar.
"Vamos aguardar a vinda do pessoal do DAC [Departamento de
Aviação Civil] e do Serac-4 [Serviço Regional de Aviação Civil] para retirar a aeronave", disse.
Segundo ele, o helicóptero está
coberto de areia, a 17,5 metros de
profundidade. O maior problema
será içar a aeronave sem avariá-la,
já que, de acordo com Nossa, a
carcaça está intacta. Para o DAC, a
peça é fundamental nas investigações sobre as causas do acidente.
O encontro do helicóptero era
um mistério para os bombeiros
até o final da tarde de ontem. Os
quatro mergulhadores civis que
encontraram a aeronave foram
avistados por um bote do resgate.
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