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Metroviários encerram greve após dois dias
Volta ao trabalho foi decidida após o TRT julgar a paralisação abusiva
Os funcionários começaram a retornar aos postos
após as 19h; até então, as linhas 1 e 2 operaram com 60% da sua capacidade
Rogério Cassimiro/Folha Imagem
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Passageiros esperam por trem na estação Luz da CPTM; paralisação dos metroviários foi encerrada no começo da noite de ontem
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os metroviários decidiram,
no começo da noite de ontem,
encerrar a greve que quase parou o Metrô de São Paulo durante dois dias. Ontem, a capital viveu mais um dia de intensos congestionamentos e transtornos à população.
O fim da paralisação só ocorreu depois que o Tribunal Regional do Trabalho julgou a greve abusiva e autorizou a direção
da companhia a demitir quem
continuasse parado.
O tribunal estipulou também
uma multa de R$ 1,7 milhão ao
sindicato (considerando duas
infrações distintas). Além disso, o ponto dos grevistas foi
cortado pelos dias parados.
"Não merecíamos, buscamos
a negociação desde março", disse o presidente o presidente do
sindicato, Flávio Godoi.
Assembléia
A assembléia que definiu pelo fim da greve reuniu 1.200
pessoas, segundo o sindicato,
ou 800, de acordo com contagem feita pela Folha.
A categoria reivindica adiantamento de R$ 1.800 de participação nos lucros. O Metrô oferece um salário, com adiantamento de R$ 800 no dia 1º.
Os metroviários começaram
a voltar ao trabalho às 19h, após
a assembléia. Imediatamente
depois da decisão, passageiros
começaram a se acumular nas
estações da linha 3, que estava
totalmente parada. O sistema
foi normalizado às 20h30.
Antes do retorno, o sistema
operou com 60% da capacidade nas linhas 1 e 2 -mesmo
percentual de quinta, quando
2,4 milhões de usuários deixaram de usar a rede (a informação preliminar era de 1,2 milhão de prejudicados, mas, por
um erro da empresa, os 60%
não consideraram a linha 3).
A empresa não fez um balanço de prejudicados ontem.
Para conduzir os trens, o Metrô deslocou de funções administrativas funcionários de cargos de chefia e instrutores.
Pela manhã, usuários foram
às estações na expectativa de
que parte dos trens estivesse
circulando. Foi o caso de Jéssica Massai, 22, que tentava levar
a filha de um ano e meio a um
neurologista. Encontrou a estação Barra Funda fechada.
"Terei de voltar."
Com a operação parcial do
metrô, o trânsito ficou complicado e o rodízio foi suspenso.
Às 9h30, 18,8% das vias monitoradas estavam congestionadas -a média para o horário é
de cerca de 15% das vias.
Greve abusiva
O TRT considerou a greve
abusiva porque a categoria não
cumpriu a determinação, do
próprio tribunal, de manter
85% da operação em horários
de pico e 60% nos demais.
No entendimento da Justiça,
somente o Metrô, sem apoio do
sindicato, tentou cumprir a ordem. Ainda sim, apenas 20%
das operações foram mantidas
no primeiro dia.
(FÁBIO TAKAHASHI, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, JOHANNA
NUBLAT E WILLIAN VIEIRA)
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