São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Metroviários encerram greve após dois dias

Volta ao trabalho foi decidida após o TRT julgar a paralisação abusiva

Os funcionários começaram a retornar aos postos após as 19h; até então, as linhas 1 e 2 operaram com 60% da sua capacidade

Rogério Cassimiro/Folha Imagem
Passageiros esperam por trem na estação Luz da CPTM; paralisação dos metroviários foi encerrada no começo da noite de ontem

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os metroviários decidiram, no começo da noite de ontem, encerrar a greve que quase parou o Metrô de São Paulo durante dois dias. Ontem, a capital viveu mais um dia de intensos congestionamentos e transtornos à população.
O fim da paralisação só ocorreu depois que o Tribunal Regional do Trabalho julgou a greve abusiva e autorizou a direção da companhia a demitir quem continuasse parado.
O tribunal estipulou também uma multa de R$ 1,7 milhão ao sindicato (considerando duas infrações distintas). Além disso, o ponto dos grevistas foi cortado pelos dias parados.
"Não merecíamos, buscamos a negociação desde março", disse o presidente o presidente do sindicato, Flávio Godoi.

Assembléia
A assembléia que definiu pelo fim da greve reuniu 1.200 pessoas, segundo o sindicato, ou 800, de acordo com contagem feita pela Folha.
A categoria reivindica adiantamento de R$ 1.800 de participação nos lucros. O Metrô oferece um salário, com adiantamento de R$ 800 no dia 1º.
Os metroviários começaram a voltar ao trabalho às 19h, após a assembléia. Imediatamente depois da decisão, passageiros começaram a se acumular nas estações da linha 3, que estava totalmente parada. O sistema foi normalizado às 20h30.
Antes do retorno, o sistema operou com 60% da capacidade nas linhas 1 e 2 -mesmo percentual de quinta, quando 2,4 milhões de usuários deixaram de usar a rede (a informação preliminar era de 1,2 milhão de prejudicados, mas, por um erro da empresa, os 60% não consideraram a linha 3).
A empresa não fez um balanço de prejudicados ontem.
Para conduzir os trens, o Metrô deslocou de funções administrativas funcionários de cargos de chefia e instrutores.
Pela manhã, usuários foram às estações na expectativa de que parte dos trens estivesse circulando. Foi o caso de Jéssica Massai, 22, que tentava levar a filha de um ano e meio a um neurologista. Encontrou a estação Barra Funda fechada. "Terei de voltar."
Com a operação parcial do metrô, o trânsito ficou complicado e o rodízio foi suspenso. Às 9h30, 18,8% das vias monitoradas estavam congestionadas -a média para o horário é de cerca de 15% das vias.

Greve abusiva
O TRT considerou a greve abusiva porque a categoria não cumpriu a determinação, do próprio tribunal, de manter 85% da operação em horários de pico e 60% nos demais.
No entendimento da Justiça, somente o Metrô, sem apoio do sindicato, tentou cumprir a ordem. Ainda sim, apenas 20% das operações foram mantidas no primeiro dia. (FÁBIO TAKAHASHI, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, JOHANNA NUBLAT E WILLIAN VIEIRA)


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