São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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PSTU e PSOL dominam a assembléia dos metroviários

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A assembléia de ontem do Sindicato dos Metroviários de São Paulo -que reuniu 1.200 pessoas, segundo o entidade, ou cerca de 800, conforme contagem feita pela Folha- expôs uma idéia precisa da ligação da categoria com partidos mais radicais da esquerda.
Camiseta com Che Guevara e frases de efeito como "periferia do capital e poder popular" e "nada é impossível de mudar", botons do PSTU e do PSOL, um casal do movimento estudantil -com mensagens pelo passe livre- se espalhavam pela quadra do sindicato.
O sindicato, já comandado pelo PT, foi sendo ocupado por partidos mais à esquerda do espectro político -PSTU, PSOL e PC do B.
Embora com menos filiados que sindicatos de metalúrgicos, professores e profissionais da saúde, o dos metroviários é visto como estratégico -uma greve afeta milhões de pessoas e dá enorme poder de pressão sobre o governo do Estado.

PC do B e PSTU
O presidente do sindicato, Flávio Godoi, é filiado ao PC do B; e seu vice, Paulo Pasin, pertence ao PSTU, mesmo partido do diretor Alex Fernandes. Petistas ocupam cargos menos vistosos na estrutura sindical.
Godoi, embora mais contido durante entrevistas, diante do público chamou o governo do Estado de "intransigente e radical" e o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, de "inconseqüente."
Mote dos partidos de esquerda, a mídia foi durante criticada, vaiada e xingada tanto pelos sindicalistas que falaram no palanque como por metroviários. Parte dessa "mídia nojenta", disse Godoi durante discurso, "faz o jogo sujo contra os metroviários".
Os "trabalhadores como nós", repórteres, como disse Godoi, foram poupados.
A "luta de classes" também surgiu nos discursos mais inflamados, como o de Altino de Melo Prazeres Júnior, um dos diretores do sindicato.
Ele chamou de "canalhas" os funcionários mais graduados, "quem ganha de R$ 15 mil a R$ 20 mil", por não terem apoiado a greve, segundo ele, porque estão ao lado do governo, que defende o pagamento da PLR proporcionalmente aos salários. Foi ovacionado.
Um dos últimos a falar, Wagner Gomes, candidato a presidente do sindicato nas eleições de setembro, discursou: "A vingança é um prato que se come frio e pelas beiradas".


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