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PSTU e PSOL dominam a assembléia dos metroviários
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A assembléia de ontem do
Sindicato dos Metroviários de
São Paulo -que reuniu 1.200
pessoas, segundo o entidade,
ou cerca de 800, conforme contagem feita pela Folha- expôs
uma idéia precisa da ligação da
categoria com partidos mais
radicais da esquerda.
Camiseta com Che Guevara e
frases de efeito como "periferia
do capital e poder popular" e
"nada é impossível de mudar",
botons do PSTU e do PSOL, um
casal do movimento estudantil
-com mensagens pelo passe livre- se espalhavam pela quadra do sindicato.
O sindicato, já comandado
pelo PT, foi sendo ocupado por
partidos mais à esquerda do espectro político -PSTU, PSOL e
PC do B.
Embora com menos filiados
que sindicatos de metalúrgicos,
professores e profissionais da
saúde, o dos metroviários é visto como estratégico -uma greve afeta milhões de pessoas e
dá enorme poder de pressão
sobre o governo do Estado.
PC do B e PSTU
O presidente do sindicato,
Flávio Godoi, é filiado ao PC do
B; e seu vice, Paulo Pasin, pertence ao PSTU, mesmo partido
do diretor Alex Fernandes. Petistas ocupam cargos menos
vistosos na estrutura sindical.
Godoi, embora mais contido
durante entrevistas, diante do
público chamou o governo do
Estado de "intransigente e radical" e o secretário de Transportes Metropolitanos, José
Luiz Portella, de "inconseqüente."
Mote dos partidos de esquerda, a mídia foi durante criticada, vaiada e xingada tanto pelos
sindicalistas que falaram no palanque como por metroviários.
Parte dessa "mídia nojenta",
disse Godoi durante discurso,
"faz o jogo sujo contra os metroviários".
Os "trabalhadores como
nós", repórteres, como disse
Godoi, foram poupados.
A "luta de classes" também
surgiu nos discursos mais inflamados, como o de Altino de
Melo Prazeres Júnior, um dos
diretores do sindicato.
Ele chamou de "canalhas" os
funcionários mais graduados,
"quem ganha de R$ 15 mil a R$
20 mil", por não terem apoiado
a greve, segundo ele, porque estão ao lado do governo, que defende o pagamento da PLR proporcionalmente aos salários.
Foi ovacionado.
Um dos últimos a falar, Wagner Gomes, candidato a presidente do sindicato nas eleições
de setembro, discursou: "A vingança é um prato que se come
frio e pelas beiradas".
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