São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Latrocínio cresce 79% na capital paulista

Crime foi o que mais aumentou no 1º semestre, em comparação com o mesmo período de 2008, seguido de sequestros

Secretaria da Segurança relaciona crescimento, na capital e no Estado, com crise econômica mundial, que começou em setembro

AFONSO BENITES
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os crimes de latrocínio e sequestro foram os que mais cresceram no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado na capital paulista.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a alta tem relação direta com a crise econômica internacional iniciada em setembro passado.
Os dados da Secretaria da Segurança Pública mostram que de janeiro a junho deste ano ocorreram 52 latrocínios (roubos seguidos de morte) em São Paulo, contra 29 em 2008 -diferença de 79,3%. No total do Estado, esse crime subiu de 126 casos para 172 -36,5%.
Os sequestros subiram 58,3% na capital. Foram 12 casos no primeiro semestre de 2008; agora houve 19.
Em "nota explicativa" divulgada ontem em seu site com os dados da violência, a secretaria afirma que "o aumento da criminalidade no Estado também foi notado nas crises [econômicas] de 98/99, 2001/2002 e 2003." Segundo o texto, "quando o desemprego aumenta, o potencial de criminalidade tende a crescer; quando cai, esse potencial tende a declinar, porém de forma mais lenta".
Nos seis meses analisados, no entanto, o aumento do desemprego na capital paulista foi inferior a um ponto percentual, aponta o relatório do Dieese.
Indicado pela Segurança Pública para falar sobre o aumento da violência, o delegado-geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto, disse que não é possível apontar um motivo para o aumento dos crimes de latrocínio e sequestro na capital.
"Não consigo afirmar o que motivou o aumento dos crimes de latrocínio, por exemplo. Não sei se mais pessoas reagiram a um assalto ou se o ladrão matou a vítima por pura maldade", disse Paulo Neto.
Dados sobre os esclarecimentos dos latrocínios e sequestros não foram fornecidos pela gestão do governador José Serra (PSDB).
Um dos latrocínios ainda sem solução, por exemplo, é o que vitimou José Francisco Fappi, 47. Gerente de uma multinacional de alimentos, ele foi morto dia 25 de maio num assalto na Aclimação (zona sul).
Anteontem, um pai morreu ao tentar salvar o filho de assalto, na rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo (ABC).

Homicídios e roubos
Enquanto capital e Grande São Paulo registraram queda nos homicídios dolosos (intencionais), de 0,1% e 8,8%, respectivamente, no interior, houve uma alta de 21,3%.
As regiões que puxaram esse aumento foram as de Santos, Ribeirão Preto e São José dos Campos. No comparativo, o Estado teve aumento de quase 6%. No interior, as regiões de Presidente Prudente e de Bauru tiveram queda nesse quesito.


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