São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Não foi a crise que elevou a violência, dizem analistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise econômica global não afeta o crime tão rapidamente como sugeriu o governo do Estado, afirmam estudiosos da violência. E o maior número de latrocínios, sustentam eles, não pode ser dissociado de crimes como roubo e tráfico de drogas.
Para o cientista social José dos Reis Santos Filho, do Núcleo de Estudos sobre Violência e Políticas Alternativas da Unesp (Universidade Estadual Paulista), latrocínio e sequestro não são crimes normalmente praticados por pessoas que, "em razão de uma crise econômica ou do desemprego, por exemplo", entraram há pouco tempo na criminalidade.
"A crise econômica não provoca de uma hora para outra o aumento da criminalidade como está acontecendo."
"É preciso olhar como essa criminalidade está relacionada ao tráfico de drogas, com consumidores ou com as pessoas que estão no mercado das drogas", continuou ele.
O sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), vê o crescimento dos latrocínios em São Paulo como consequência da alta de 19% nos roubos.
"O latrocínio é um roubo malsucedido. Temos de olhar para o roubo." Tanto o cientista social Santos Filho quanto o sociólogo Cano concordam que o aumento dos casos de sequestro no Estado não está relacionada à crise econômica.
(AB e AC)

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