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Não foi a crise que elevou a violência, dizem analistas
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise econômica global não
afeta o crime tão rapidamente
como sugeriu o governo do Estado, afirmam estudiosos da
violência. E o maior número de
latrocínios, sustentam eles, não
pode ser dissociado de crimes
como roubo e tráfico de drogas.
Para o cientista social José
dos Reis Santos Filho, do Núcleo de Estudos sobre Violência
e Políticas Alternativas da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista), latrocínio e sequestro não são crimes normalmente praticados por pessoas que,
"em razão de uma crise econômica ou do desemprego, por
exemplo", entraram há pouco
tempo na criminalidade.
"A crise econômica não provoca de uma hora para outra o
aumento da criminalidade como está acontecendo."
"É preciso olhar como essa
criminalidade está relacionada
ao tráfico de drogas, com consumidores ou com as pessoas
que estão no mercado das drogas", continuou ele.
O sociólogo Ignácio Cano, do
Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade do
Estado do Rio de Janeiro), vê o
crescimento dos latrocínios em
São Paulo como consequência
da alta de 19% nos roubos.
"O latrocínio é um roubo
malsucedido. Temos de olhar
para o roubo." Tanto o cientista
social Santos Filho quanto o sociólogo Cano concordam que o
aumento dos casos de sequestro no Estado não está relacionada à crise econômica.
(AB e AC)
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