São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009

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Turbulência fere 26 em voo para os EUA

Avião que ia do Rio para Houston foi obrigado a fazer pouso de emergência em Miami; ao menos 11 feridos são brasileiros

Segundo passageiros, houve trepidações verticais muito intensas e muitas pessoas foram jogadas contra o teto do avião


JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Um voo da Continental Airlines que partiu do Rio para Houston, nos EUA, fez na manhã de ontem um pouso de emergência em Miami após sofrer forte turbulência. Ao menos 26 pessoas ficaram feridas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Miami, quatro pessoas apresentaram ferimentos mais graves -uma foi levada ao hospital com dores no peito e outra estava inconsciente após bater a cabeça.
O Boeing 767-200 partiu do Rio às 21h45 de domingo e tinha pouso previsto para 6h de ontem em Houston, no Texas.
A Continental disse que o voo 128 tinha 168 passageiros e 11 tripulantes. Pousou em Miami às 5h35 (6h35 em Brasília).
Segundo a FAA (órgão que regula a aviação nos EUA), a turbulência ocorreu por volta das 4h30, quando o avião sobrevoava a região ao norte da República Dominicana.
Passageiros relataram trepidações verticais muito intensas. Muitos foram jogados contra o teto do avião. "Os sinais de apertar cintos estavam acionados", disse a empresa, em nota.
"Teve uma pessoa que, com o impacto, furou o teto", contou Maria Cristina Viro à TV Globo. "Foi um filme de terror."
Após ficar cinco horas no hospital, Glauria Machado, ao lado da filha Camila, recomendou aos passageiros: "Obedeçam o letreiro, usem o cinto".
Segundo informações do jornal "Miami Herald", Carolina Portella, 18, disse que sentiu como se o avião estivesse caindo. Richard Sharp afirmou à Fox que a turbulência durou dez segundos. "Viajo com frequência, mas nunca vi nada assim."
O cônsul-geral do Brasil em Miami, Luiz Augusto de Araújo Castro, disse à Folha que oito brasileiros foram levados para o Jackson Memorial Hospital e três para o Mercy Hospital. No final da tarde, todos já haviam sido liberados. O Metropolitan Hospital confirmou ter recebido quatro pacientes, mas não informou as nacionalidades.
No aeroporto Tom Jobim, no Rio, quem foi ao guichê da Continental encontrou-o fechado ou sem funcionários para dar orientações. Jorge Ferreira Moreira, 70, só se tranquilizou quando, por telefone, falou com a filha Geisi Ferreira Moreira, 44. Ela e o marido, Augusto César de Assis, 46, estavam bem.
"Vamos investigar o que causou a turbulência: vamos inspecionar a aeronave, entrevistar a tripulação, olhar os dados da caixa-preta e os dados técnicos do voo. A investigação deve levar várias semanas", disse Kathleen Berger, da FAA.
Ronaldo Jenkins, especialista em segurança de voo, disse que nem sempre os pilotos conseguem prever que o avião entrará em área de turbulência. "Há a turbulência de céu claro. Na prática, é como uma correnteza [no mar], você não consegue ver. A recomendação para qualquer passageiro é viajar com o cinto afivelado."


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