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Turbulência fere 26 em voo para os EUA
Avião que ia do Rio para Houston foi obrigado a fazer pouso de emergência em Miami; ao menos 11 feridos são brasileiros
Segundo passageiros, houve trepidações verticais muito intensas e muitas pessoas foram jogadas contra o teto do avião
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Um voo da Continental Airlines que partiu do Rio para
Houston, nos EUA, fez na manhã de ontem um pouso de
emergência em Miami após sofrer forte turbulência. Ao menos 26 pessoas ficaram feridas.
De acordo com o Corpo de
Bombeiros de Miami, quatro
pessoas apresentaram ferimentos mais graves -uma foi
levada ao hospital com dores
no peito e outra estava inconsciente após bater a cabeça.
O Boeing 767-200 partiu do
Rio às 21h45 de domingo e tinha pouso previsto para 6h de
ontem em Houston, no Texas.
A Continental disse que o
voo 128 tinha 168 passageiros e
11 tripulantes. Pousou em Miami às 5h35 (6h35 em Brasília).
Segundo a FAA (órgão que
regula a aviação nos EUA), a
turbulência ocorreu por volta
das 4h30, quando o avião sobrevoava a região ao norte da
República Dominicana.
Passageiros relataram trepidações verticais muito intensas. Muitos foram jogados contra o teto do avião. "Os sinais de
apertar cintos estavam acionados", disse a empresa, em nota.
"Teve uma pessoa que, com o
impacto, furou o teto", contou
Maria Cristina Viro à TV Globo. "Foi um filme de terror."
Após ficar cinco horas no
hospital, Glauria Machado, ao
lado da filha Camila, recomendou aos passageiros: "Obedeçam o letreiro, usem o cinto".
Segundo informações do jornal "Miami Herald", Carolina
Portella, 18, disse que sentiu como se o avião estivesse caindo.
Richard Sharp afirmou à Fox
que a turbulência durou dez segundos. "Viajo com frequência,
mas nunca vi nada assim."
O cônsul-geral do Brasil em
Miami, Luiz Augusto de Araújo
Castro, disse à Folha que oito
brasileiros foram levados para
o Jackson Memorial Hospital e
três para o Mercy Hospital. No
final da tarde, todos já haviam
sido liberados. O Metropolitan
Hospital confirmou ter recebido quatro pacientes, mas não
informou as nacionalidades.
No aeroporto Tom Jobim, no
Rio, quem foi ao guichê da
Continental encontrou-o fechado ou sem funcionários para dar orientações. Jorge Ferreira Moreira, 70, só se tranquilizou quando, por telefone,
falou com a filha Geisi Ferreira
Moreira, 44. Ela e o marido,
Augusto César de Assis, 46, estavam bem.
"Vamos investigar o que causou a turbulência: vamos inspecionar a aeronave, entrevistar a tripulação, olhar os dados
da caixa-preta e os dados técnicos do voo. A investigação deve
levar várias semanas", disse
Kathleen Berger, da FAA.
Ronaldo Jenkins, especialista em segurança de voo, disse
que nem sempre os pilotos
conseguem prever que o avião
entrará em área de turbulência. "Há a turbulência de céu
claro. Na prática, é como uma
correnteza [no mar], você não
consegue ver. A recomendação
para qualquer passageiro é viajar com o cinto afivelado."
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