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Animais ganham fãs entre os
funcionários
DA REPORTAGEM LOCAL
Quarta-feira, 14h, Santa
Casa de São Paulo. Do interior de vans saem gaiolas
com cães, coelho, tartaruga e
chinchila, que, no colo dos
donos, vão invadindo os
corredores da ala pediátrica.
Atrás deles, enfermeiras,
auxiliares e médicos seguem
o cortejo. Vários tiram fotos
com celulares. O mais requisitado é o cão suíço Bernard,
da raça bernese, uma espécie
de Brad Pitt de patas.
"Lindo, lindo. Deixa eu tirar uma foto com ele", diz
uma auxiliar de enfermagem. "Depois, a prioridade
agora são crianças", responde a dona, Patrícia Izoldi.
A primeira parada é na
UTI pediátrica, onde três
crianças, com síndromes genéticas graves, estão ligadas
a respiradores artificiais.
Sérgio, internado há quatro
anos, movimenta as mãos
com muita dificuldade para
acariciar a tartaruga Dona
Telha. Comenta que o pescoço do animal é frio.
Também há quatro anos
na UTI, o amigo de quarto
Lucas, mãos suspensas em
razão da flacidez muscular
que atinge todo o corpo, prefere a maciez do chinchila Fidel e do coelho Caramelo.
A menina Rafaela, 4, é a
novata da UTI. Está lá há
quatro meses depois que
uma miopatia desconhecida
paralisou o seu corpo. Com
um olhar triste e distante,
evitou tocar nos animais.
A festa foi maior nas enfermarias, onde o chinchila foi
o campeão no quesito maciez. "Gostei dele porque é
fofinho", disse Isabel, 9, que
pretende ganhar um dos
pais quando chegar em casa.
Jianini, 6, se encantou com
a Dona Telha. "Sempre quis
conhecer uma tartaruga
porque meu pai chama minha mãe de tartaruga", disse
a garota, internada por desidratação.
(CC)
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