São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2005

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Animais ganham fãs entre os funcionários

DA REPORTAGEM LOCAL

Quarta-feira, 14h, Santa Casa de São Paulo. Do interior de vans saem gaiolas com cães, coelho, tartaruga e chinchila, que, no colo dos donos, vão invadindo os corredores da ala pediátrica.
Atrás deles, enfermeiras, auxiliares e médicos seguem o cortejo. Vários tiram fotos com celulares. O mais requisitado é o cão suíço Bernard, da raça bernese, uma espécie de Brad Pitt de patas.
"Lindo, lindo. Deixa eu tirar uma foto com ele", diz uma auxiliar de enfermagem. "Depois, a prioridade agora são crianças", responde a dona, Patrícia Izoldi.
A primeira parada é na UTI pediátrica, onde três crianças, com síndromes genéticas graves, estão ligadas a respiradores artificiais. Sérgio, internado há quatro anos, movimenta as mãos com muita dificuldade para acariciar a tartaruga Dona Telha. Comenta que o pescoço do animal é frio.
Também há quatro anos na UTI, o amigo de quarto Lucas, mãos suspensas em razão da flacidez muscular que atinge todo o corpo, prefere a maciez do chinchila Fidel e do coelho Caramelo.
A menina Rafaela, 4, é a novata da UTI. Está lá há quatro meses depois que uma miopatia desconhecida paralisou o seu corpo. Com um olhar triste e distante, evitou tocar nos animais.
A festa foi maior nas enfermarias, onde o chinchila foi o campeão no quesito maciez. "Gostei dele porque é fofinho", disse Isabel, 9, que pretende ganhar um dos pais quando chegar em casa.
Jianini, 6, se encantou com a Dona Telha. "Sempre quis conhecer uma tartaruga porque meu pai chama minha mãe de tartaruga", disse a garota, internada por desidratação. (CC)


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