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PEQUENOS EM TRANSE
Atividade lúdica diminui trauma da criança até ao tirar sangue
Brincar relaxa, confirma pesquisa
DA REPORTAGEM LOCAL
O ato de brincar antes de procedimentos invasivos, como tirar sangue, pode reduzir o estresse das crianças internadas ou
que passam por ambulatórios. É
o que indica uma pesquisa do
Hospital Infantil Cândido Fontoura, da Secretaria da Saúde.
Na prática, os profissionais sabem que a resposta é afirmativa,
mas as pesquisas são necessárias
para embasar investimentos públicos nessa área. Neste mês, entra em vigor uma lei federal determinando que todas as unidades de saúde que atendem crianças tenham brinquedotecas.
Realizado no primeiro semestre deste ano, o estudo avaliou
150 crianças de quatro a 14 anos
de idade que faziam tratamento
na unidade. Metade do grupo teve acesso à brinquedoteca antes
de tirar sangue -a outra, não.
Como o procedimento invasivo com agulha normalmente é
considerado fator de tensão, os
pesquisadores queriam avaliar
se o fato de brincar antes da picada ajudaria as crianças a ficar
menos estressadas.
Foram medidos os níveis de
cortisol sérico, substância do
sangue que indica o estresse. Os
resultados mostraram que o nível médio de cortisol no grupo
de crianças que teve acesso à
brinquedoteca foi menor do que
o do grupo que não brincou.
Segundo a terapeuta ocupacional Clarisse Potasz, coordenadora da pesquisa, o estudo também
demonstrou que os brinquedos
podem reduzir o estresse infantil
causado por doenças respiratórias do sono. Do grupo avaliado,
35% apresentam algum distúrbio quando dormem, como apnéia -na literatura internacional, o índice é de 5% a 7%.
Crianças com distúrbios respiratórios que brincaram tiveram
nível médio de cortisol de 9,81
ug/dl (micrograma/decilitro),
enquanto a média do grupo que
não brincou foi de 12,37 ug/dl.
A partir de agora, a equipe vai
avaliar o efeito dos brinquedos
nas crianças internadas. No Cândido Fontoura, até os pequenos
que passam pela área de isolamento do hospital, em razão de
doenças infecto-contagiosas,
não ficam sem brincar.
Nesses casos, são usados brinquedos descartáveis. Os demais,
passam por um processo diário
de desinfecção para evitar a contaminação cruzada.
Os brinquedos também são
usados em atividades de fisioterapia. Andar de bicicleta, por
exemplo, vira treino para os
membros inferiores e também é
um exercício indicado às crianças com problemas pulmonares.
Outra atividade que encanta as
crianças, segundo Potasz, é o
tour pelo hospital. Elas são levadas para conhecer a cozinha, a
lavanderia e as outras dependências da instituição.
(CC)
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