São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2005

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PLANTÃO MÉDICO

Diagnóstico precoce eleva sobrevida

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Há muitos anos a medicina procura uma fórmula segura para o diagnóstico precoce do câncer do ovário. O grave desse problema é a sua rápida e fatal evolução.
Recentemente, pesquisa de Lloyd H. Smith e colaboradores da Universidade da Califórnia (EUA) reiteraram observações anteriores na área: grande parte das portadoras da doença já tinha sintomas da doença antes de ser estabelecido o diagnóstico.
O estudo, editado on-line pela Sociedade Americana de Câncer no último dia 22 e que será publicado na revista "Câncer" no dia 1º de outubro, analisou o procedimento clínico com 1.985 portadoras de câncer de ovário, 6.024 pacientes com câncer de mama e 10.941 mulheres sem câncer.
Observaram que cerca de 40% dessas mulheres se queixaram de desconforto abdominal ou pélvico de 36 a quatro meses antes do diagnóstico do câncer de ovário.
Assinalam, porém, que exames para detectar o câncer de ovário (imagem pélvica e CA 125 no sangue) ocorreram em média quatro meses após outros exames afastarem problemas gastrointestinais.
No Brasil, o professor Wagner José Gonçalves e colaboradores, da EPM/Unifesp, assinalam na "Atualização Terapêutica" que em 75% das vezes o clínico surpreende a paciente já com a doença avançada, já que a sintomatologia é incaracterística.
Segundo os autores, entre os sintomas que indicam afecção muito adiantada estão a dor abdominal (60%), o crescimento do abdome (46,7%), o emagrecimento (32%) e sintomas gastrointestinais (28%).
Por isso, explicam, como nas fases iniciais as pacientes não apresentam sintomas, sugerem ultra-sonografia transvaginal e exame de CA 125 no sangue. Essa possibilidade de diagnóstico precoce levaria a uma redução de 50% na mortalidade por câncer de ovário.

Emergências clínicas
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