São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011

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RIVALDO ASSIS CINTRA (1919-2011)

Advogado de invejável oratória

DE SÃO PAULO

Em 1942, a Europa sofria com a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, o presidente Getúlio Vargas ainda não havia decidido qual lado o país tomaria no conflito.
Essa indecisão levou estudantes de direito da USP a organizarem um grande comício na praça da Sé, centro de SP, exigindo que Getúlio declarasse guerra contra o Eixo. Foi então que um jovem de 23 anos fez, segundo reportagens da época, o discurso que mais entusiasmou a multidão.
O dono de invejável domínio retórico era Rivaldo Assis Cintra, também orador do Centro Acadêmico 11 de Agosto, posto que lhe rendeu aquela que foi uma de suas mais fortes recordações.
Nascido em Itapetininga, mas criado em Botucatu, ambas no interior paulista, Rivaldo mudou-se para a capital aos 18 anos, quando ingressou na Faculdade de Direito do largo São Francisco.
No último ano da graduação, começou a trabalhar em um escritório de advocacia no edifício Rolim, um dos mais antigos de São Paulo.
Algum tempo depois, um acidente de carro o obrigou a voltar para a casa dos pais, em Botucatu, para poder se recuperar. Mal que veio para o bem: além de gostar muito da cidade, foi lá que conheceu Maria de Lourdes, a Lurdinha, com quem se casou e conviveu por 52 anos.
Em 1970, já pai de três filhas, retornou à capital como advogado do Banco do Brasil. Cinco anos depois, veio a aposentadoria e, em 2001, viúvo, passou a morar só. As filhas, os oito netos e os três bisnetos, no entanto, nunca o deixavam sozinho.
Morreu no sábado (27), aos 91 anos, de insuficiência respiratória.

coluna.obituario@uol.com.br



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