|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
'Eles se eliminam entre si'
da Sucursal de Brasília
Há seis meses como coordenador do Conselho Tutelar da
Criança e do Adolescente de Taguatinga, José Luís Irineu, 42, disse que está convencido de que os
moradores de rua vivem em
constante processo de auto-eliminação.
"Eles se eliminam entre si", afirmou ele. "Os meninos de rua não
chegam aos 21 anos de idade porque acabam mortos por disputas
entre eles, quando não são encaminhados para a penitenciária."
Segundo Irineu, há um mês um
"cidadão de rua", conhecido por
Marcelo Bocão, teve seu barraco
incendiado na periferia de Taguatinga por antigos moradores de
rua em razão de acerto de dívidas.
A 25 quilômetros da capital do
país, diariamente são atendidos
em Taguatinga cinco meninos de
rua pelo conselho. Eles são levados para centros de recepção do
governo do Distrito Federal, que
tentam localizar suas famílias. Em
geral, eles fogem.
M.R.N, 16, que viu R.A.F. ser incendiado, disse que há oito anos
seu irmão mais velho, que o trouxe de Buritis (MG) para Brasília,
foi morto por outros meninos de
rua.
M.R.N. contou à Folha que não
tentou ajudar R.A.F. quando viu
que ele estava em chamas.
"Ele me pediu que eu chamasse
os bombeiros. Aí eu disse: "Te vira"."
Sua indiferença foi justificada
porque R.A.F. teria lhe negado alguns pedidos, como sobra de comida e cola de sapateiro.
(AG)
Texto Anterior: Violência: Menino de rua de 16 anos é queimado Próximo Texto: Crime: Bancária é morta ao tentar fugir de ladrões Índice
|