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BARBARA GANCIA
Foram 42 longos anos
Há duas semanas esta coluna colocou na roda uma
pergunta incômoda: o que fazer
com Fernandinho Beira-Mar? Alguns leitores escreveram para sugerir que o traficante fosse colocado na mira de uma bala perdida
no meio de uma rebelião fabricada. Houve também quem se dissesse favorável à sua extradição
para os Estados Unidos, onde é
acusado de tráfico internacional
de drogas. Ambas são soluções
simplistas, cuja única utilidade é
mostrar o que o público acha do
sistema prisional.
Não existe solução fácil, mas a
demonstração de força dada nesta semana por traficantes cariocas, que paralisaram o comércio
para protestar contra os maus-tratos que Beira-Mar estaria sofrendo, acelerou a discussão. Os
norte-americanos se dispuseram
a hospedar o traficante até que estejamos equipados para mantê-lo
atrás das grades.
Em vista das evidências de que
Beira-Mar estaria prestes a picar
a mula, parece ser a solução mais
adequada. Mas não deixa de ser
mais um atestado de incompetência que é dado a este país, agora o
terceiro mais violento do mundo,
segundo a OMS.
Mas nem tudo são tiros de AR-15. Temos muito a celebrar neste
momento. Há 42 anos o país não
vê um presidente eleito passar a
faixa para outro presidente eleito.
O dado em si já é motivo para
uma alegria que ofusca alguns
episódios lamentáveis produzidos
por esta eleição.
O fato de que o Rio não tenha
apresentado um só candidato a
governador de que possa se orgulhar. Ou ainda que São Paulo não
tenha tido lá um leque glorioso de
escolha para senador. Por outro
lado, podemos festejar o sepultamento de algumas candidaturas.
QUALQUER NOTA
Cadê as esculturas?
É um tal de inauguração de megaloja para cá e lançamento de revista italiana para lá, que não dá para entender como o Mube, Museu Brasileiro de Escultura, ainda não tenha mudado o nome para Bufê Europa ou Bufê Jardins. Alô,
Marilisa Rathsam! Por escultura que é bom, quando o museu vai se interessar?
Fumegação
Será o benedito que toda santa primavera esta coluna precisa chamar a atenção das autoridades sanitárias para a limpeza das margens dos rios Tietê e Pinheiros? Ou será que pernilongo e cupim também votam?
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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