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VIOLÊNCIA
Karina Asdnt era uma das peças-chaves de esquema internacional de tráfico que envolve policial de São Paulo
Testemunha sob proteção é achada morta
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia do Rio de Janeiro e o
Ministério Público Federal investigam a morte de uma testemunha que estava no programa nacional de proteção. Karina Mousquer Asdnt, 26, era uma das peças-chaves de um esquema internacional de tráfico de drogas que
envolvia um policial do setor de
narcóticos de São Paulo.
Karina apareceu morta em um
hotel, na segunda-feira, em Teresópolis (RJ), um dos abrigos por
onde passou seguindo orientações do programa de proteção.
Ela testemunhou contra o policial do Denarc (Departamento de
Investigações sobre Narcóticos)
de São Paulo Francisco Marcondes Romeiro Neto, preso em
maio, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. No último
dia 23, o investigador escapou de
forma misteriosa da cadeia da Polinter (Polícia Interestadual), sete
dias antes da morte de Karina.
Karina foi achada no banheiro
do hotel, pendurada pelo pescoço
por uma toalha. Apesar de indícios de suicídio, a polícia de Teresópolis também investiga a possibilidade de assassinato. "Não descartamos a hipótese de a cena do suicídio ter sido montada", disse
o delegado Luís Antônio Ferreira.
Karina era irmã de Cristine
Mousquer Asdnt, 28, namorada
de Romeiro e que estava com o
policial no aeroporto no momento da prisão. O casal tentava embarcar com 1,39 kg de cocaína para Amsterdã, na Holanda.
Na ocasião, Cristine disse que
aceitou levar a droga porque Karina estava sendo ameaçada por
policiais em São Paulo.
O Ministério Público Federal
pediu abertura de inquérito à Polícia Federal. Cristine deve ser ouvida na investigação.
Segundo as polícias Civil e Federal de São Paulo, Romeiro faz parte de um esquema de tráfico que
levava cocaína para a Holanda e
trazia ecstasy para o Brasil.
Os laudos do legista e do local
do crime serão analisados hoje.
"Só depois disso podemos definir
melhor se foi homicídio ou suicídio", disse Ferreira.
A Secretaria Nacional de Direitos Humanos, responsável pelo
programa de proteção a testemunhas, informou que as duas irmãs
estavam em trânsito pelo hotel.
Karina, segundo a secretaria, estava em tratamento psiquiátrico
quando entrou no programa, tomando remédios. As primeiras
informações recebidas pelo Ministério da Justiça falam em suicídio. Em cinco anos de programa, mais de 800 pessoas foram atendidas e nenhuma foi morta, segundo a secretaria. (GILMAR PENTEADO E ALESSANDRO SILVA)
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