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ABUSO POLICIAL
Juiz abriu processo contra 7 agentes e 3 detentos
Decretada prisão preventiva de 10 acusados de espancar comerciante
DA SUCURSAL DO RIO
O juiz da 3ª Vara Criminal do
Tribunal de Justiça do Rio, Moacir Pessoa de Araújo, abriu processo pelo suposto crime de tortura contra sete agentes penitenciários e três detentos, acusados de
terem participado do espancamento do comerciante sino-brasileiro Chan Kim Chang.
Os dez tiveram a prisão preventiva decretada, mas nove já estavam presos. O único solto era o
agente Carlos Luiz Correia.
Chan, 46, morreu no dia 4 de setembro em consequência do traumatismo craniano que sofreu no
presídio Ary Franco, em Água
Santa (zona norte). Ele havia sido
preso no dia 26 de agosto pela Polícia Federal, quando tentava embarcar para os EUA com US$ 31
mil não-declarados à Receita.
Em sua decisão, o juiz Araújo
afirmou que a prisão preventiva
dos acusados, até o julgamento,
"se faz necessária não só como garantia da ordem pública, como
também por conveniência da instrução criminal".
Segundo ele, "não há menor dúvida que, se soltos, os acusados,
em face da gravidade dos atos delituosos que lhes são atribuídos,
fatalmente procurariam atuar sobre as testemunhas, visando retirar-lhes o direito de livremente
prestarem suas declarações".
O advogado dos agentes, Michel
Assef, disse considerar "desnecessária" a decisão da Justiça, alegando que seus clientes já estavam
presos. Entretanto, o prazo da prisão provisória decretado no início
de setembro se esgotaria neste fim
de semana.
Assef disse que se reunirá com
os agentes para definir qual será a
sua estratégia de defesa. Eles sustentam que Chan teve uma crise
nervosa e se machucou sozinho,
ao tentar impedir que os agentes
penitenciários o fotografassem.
O preso "faxina" [de confiança
dos agentes] Élio Henriques Bandeira, que será processado por supostamente ter adulterado a sala
onde Chan foi espancado, e o ex-diretor do Ary Franco Luiz Mathias, denunciado por omissão e
fraude processual, não tiveram a
prisão decretada.
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