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Cantor diz que foi obrigado a gravar
DA SUCURSAL DO RIO
Autor do ""Bonde do 157", o MC Frank, 27, disse ontem na Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis que foi ""obrigado pela comunidade a gravar a música". MC
Frank é um dos 13 funkeiros indiciados pela polícia do Rio.
Na letra, que faz referência ao
artigo que classifica o roubo no
Código Penal, o cantor descreve
ataques a motoristas e ainda lista
os nomes de veículos preferidos
dos assaltantes.
""Na verdade, a música foi composta para falar de paz e de como
se proteger de um assalto. Como
canto muito em comunidades, o
pessoal pediu para mudar a letra
para esta versão. Não sou a favor
disso, mas, como tenho família lá,
cantei assim mesmo", disse
Frank, que nasceu próximo ao
Complexo do Alemão, na zona
norte do Rio.
Ele disse que cantou a versão
""alterada a pedido da comunidade da Chatuba", localizada na Penha. ""Não vou fazer mais isso",
afirmou Frank, que faz cerca de 15
bailes por semana, quase todos no
Rio. Ele já tocou também em São
Paulo e no Espírito Santo.
Frank afirma que não recebe cachê nos shows que realiza "na comunidade". Fora das favelas, ele
contou que recebe cerca de R$
1.500 por apresentação.
Filho de um policial civil, Frank
já foi preso duas vezes. Em 2000,
ele foi preso em flagrante com 27
gramas de maconha na Lapa, centro do Rio. Indiciado por trafico,
foi absolvido pela Justiça.
Em 2002, segundo a polícia, o
funkeiro foi preso sob a acusação
de estupro na região de Madureira. O processo ainda está na Justiça. Ele nega a acusação.
Mc Frank é autor de letra com
citação a traficantes ligados ao
Comando Vermelho já mortos e a
cada nome ele repete: "Ai que
saudade".
Em outra música, comemora a
morte de Irapuan David Lopes, o
Gangan, no ano passado. Líder da
facção criminosa ADA (Amigo
dos Amigos), dominava o tráfico
nos morros do Zinco e de São
Carlos e era rival do Comando
Vermelho. Com sua morte, os traficantes do CV tomaram os antigos redutos de Gangan.
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