São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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SEM GÁS

Relatório de comissão da Assembléia Legislativa de Minas afirma que a região apresenta sinais alarmantes de decadência

Circuito das Águas perde turistas e glamour

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

O Circuito das Águas, um dos principais pólos turísticos de Minas Gerais, apresenta "sinais alarmantes" de decadência e declínio no número de turistas na região, que chega a 70%.
É o que aponta o relatório final da comissão especial da Assembléia Legislativa, criada para estudar a situação das estâncias hidrominerais do sul do Estado.
Os sinais de decadência, segundo a comissão, são a queda no fluxo de turistas, na geração e manutenção de empregos e na arrecadação de receitas das cidades.
O Circuito das Águas mineiro é formado por nove cidades. As principais são as estâncias hidrominerais (localidades que dispõem de fontes de águas termais ou minerais) de Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço.
O relatório identifica como um dos problemas do Circuito das Águas a adoção de uma "estratégia antiquada e equivocada" de marketing turístico para a região.
Afirma que o "velho turismo de cura", voltado para as fontes de águas terapêuticas, foi superado pelo "turismo saúde", dos esportes radicais e do ecoturismo. "O desenvolvimento de novos medicamentos de alta eficácia e acesso fácil contribuiu para que a cura pelas águas fosse posta de lado", diz o documento.
As ONGs da região também apontam a decadência das estâncias, mas defendem o turismo de cura. "O turismo termal -o "curismo'- é a redenção socioeconômica e ambiental para nossas estâncias", afirmou o biólogo Reynaldo Guedes, do fórum que reúne seis ONGs locais.
Os outros problemas apontados pelos deputados são descaso da estatal Comig (atual Codemig) na gestão dos parques, disputas políticas, falhas nas concessões para explorar águas minerais, danos nas estradas que ligam a região ao eixo Rio-São Paulo e a inexistência de um aeroporto regional.
O relatório cita ainda a paralisação da exploração de quatro fontes no Estado, três delas no circuito. A empresa que detinha a concessão desde 1981 perdeu uma disputa judicial para o governo e fechou as portas em junho, demitindo 185 funcionários. A Codemig prepara nova licitação para arrendamento das fontes. O documento defende a inclusão, no edital, de medidas de aproveitamento da mão-de-obra demitida.

Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Codemig e a Secretaria do Turismo de Minas Gerais para obter a posição dos órgãos sobre o relatório na última sexta-feira, mas não houve retorno até a conclusão desta edição.


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