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SEM GÁS
Relatório de comissão da Assembléia Legislativa de Minas afirma que a região apresenta sinais alarmantes de decadência
Circuito das Águas perde turistas e glamour
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
O Circuito das Águas, um dos
principais pólos turísticos de Minas Gerais, apresenta "sinais alarmantes" de decadência e declínio
no número de turistas na região,
que chega a 70%.
É o que aponta o relatório final
da comissão especial da Assembléia Legislativa, criada para estudar a situação das estâncias hidrominerais do sul do Estado.
Os sinais de decadência, segundo a comissão, são a queda no fluxo de turistas, na geração e manutenção de empregos e na arrecadação de receitas das cidades.
O Circuito das Águas mineiro é
formado por nove cidades. As
principais são as estâncias hidrominerais (localidades que dispõem de fontes de águas termais
ou minerais) de Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço.
O relatório identifica como um
dos problemas do Circuito das
Águas a adoção de uma "estratégia antiquada e equivocada" de
marketing turístico para a região.
Afirma que o "velho turismo de
cura", voltado para as fontes de
águas terapêuticas, foi superado
pelo "turismo saúde", dos esportes radicais e do ecoturismo. "O
desenvolvimento de novos medicamentos de alta eficácia e acesso
fácil contribuiu para que a cura
pelas águas fosse posta de lado",
diz o documento.
As ONGs da região também
apontam a decadência das estâncias, mas defendem o turismo de
cura. "O turismo termal -o "curismo'- é a redenção socioeconômica e ambiental para nossas
estâncias", afirmou o biólogo
Reynaldo Guedes, do fórum que
reúne seis ONGs locais.
Os outros problemas apontados
pelos deputados são descaso da
estatal Comig (atual Codemig) na
gestão dos parques, disputas políticas, falhas nas concessões para
explorar águas minerais, danos
nas estradas que ligam a região ao
eixo Rio-São Paulo e a inexistência de um aeroporto regional.
O relatório cita ainda a paralisação da exploração de quatro fontes no Estado, três delas no circuito. A empresa que detinha a concessão desde 1981 perdeu uma
disputa judicial para o governo e
fechou as portas em junho, demitindo 185 funcionários. A Codemig prepara nova licitação para
arrendamento das fontes. O documento defende a inclusão, no
edital, de medidas de aproveitamento da mão-de-obra demitida.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Codemig e a Secretaria
do Turismo de Minas Gerais para
obter a posição dos órgãos sobre o
relatório na última sexta-feira,
mas não houve retorno até a conclusão desta edição.
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