São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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SEGURANÇA

Segundo testemunhas, modelo de 17 anos foi morta nos EUA por ter dito a porto-riquenho que fazer unhas é coisa de "veado"

Brasileira morreu após brincar com acusado

IURI DANTAS
DE WASHINGTON

A jovem brasileira Janaina Reis, 17, foi assassinada na noite de sábado em Deerfield Beach, na Flórida, por ter feito uma brincadeira com o porto-riquenho Juan Rafael Arrieta-Rolon, 24, quando ele pintava as unhas. Segundo a Folha apurou, Reis teria dito que, no Brasil, aquilo seria visto como coisa de "veado". Arrieta-Rolon, então, desferiu um tiro nela.
Preso na noite de sábado pela polícia do Condado de Broward, o porto-riquenho teria confessado a autoria do crime, mas se negado a esclarecer os motivos.
Segundo testemunhas, o relacionamento da modelo com o porto-riquenho seria "uma paquera". Ontem, de acordo com jornais locais da Flórida, a família de Reis decidiu enterrá-la nos Estados Unidos, onde vivia e trabalhava como modelo. A mãe de Janaina Reis não foi localizada ontem pela reportagem.
O consulado brasileiro em Miami, que possui um posto avançado em Broward, disse ontem que não sabia informar o nome da mãe de Reis, mas que estaria acompanhando as investigações. "A polícia me disse que todas as informações que eles tinham estavam no boletim oficial. Mas continuamos ligando e insistindo, é uma forma de colocar pressão e tentar saber o que realmente aconteceu", disse o vice-cônsul Luiz Felipe Mendonça.
O consulado também não soube dar certeza sobre onde Reis nasceu, indicando Vitória (ES) como um local provável. O vice-cônsul atribuiu a falta de informações ao fato de a família de Reis não ter procurado o consulado até o final da tarde de ontem.
Segundo o auto de prisão de Rolon, obtido pela Folha, a investigação policial demonstrou que, às 17h08 de sábado, horário local, o rapaz retirou a arma de um bolso, disse algo a Reis, pousou o cano do revólver contra a cabeça de Reis e puxou o gatilho.
A modelo brasileira foi declarada morta em uma cadeira ao lado da piscina do condomínio às 17h17, por uma equipe de socorristas do Corpo de Bombeiros.
Depois de fugir do condomínio Waters Edge, em Deerfield Beach, Rolon voltou ao local do crime, onde foi preso, às 21h.
Para obter a confissão de Rolon, a polícia gravou em vídeo o depoimento de Fernanda Gomez, uma amiga de Reis que a acompanhava no dia do assassinato. Na fita, ela confirma que ele cometeu o crime, diz que testemunhou o disparo e que repetirá tudo no julgamento. Depois de ver a fita, Rolon admitiu o crime aos policiais.
Até a conclusão desta edição, a Folha não havia conseguido falar com o advogado de Rolon, que seria indicado pelo Estado. Caso condenado, ele pode receber prisão perpétua pelo ato.


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