|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Segundo testemunhas, modelo de 17 anos foi morta nos EUA por ter dito a porto-riquenho que fazer unhas é coisa de "veado"
Brasileira morreu após brincar com acusado
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
A jovem brasileira Janaina Reis,
17, foi assassinada na noite de sábado em Deerfield Beach, na Flórida, por ter feito uma brincadeira
com o porto-riquenho Juan Rafael Arrieta-Rolon, 24, quando ele
pintava as unhas. Segundo a Folha apurou, Reis teria dito que, no
Brasil, aquilo seria visto como coisa de "veado". Arrieta-Rolon, então, desferiu um tiro nela.
Preso na noite de sábado pela
polícia do Condado de Broward,
o porto-riquenho teria confessado a autoria do crime, mas se negado a esclarecer os motivos.
Segundo testemunhas, o relacionamento da modelo com o
porto-riquenho seria "uma paquera". Ontem, de acordo com
jornais locais da Flórida, a família
de Reis decidiu enterrá-la nos Estados Unidos, onde vivia e trabalhava como modelo. A mãe de Janaina Reis não foi localizada ontem pela reportagem.
O consulado brasileiro em Miami, que possui um posto avançado em Broward, disse ontem que
não sabia informar o nome da
mãe de Reis, mas que estaria
acompanhando as investigações.
"A polícia me disse que todas as
informações que eles tinham estavam no boletim oficial. Mas continuamos ligando e insistindo, é
uma forma de colocar pressão e
tentar saber o que realmente
aconteceu", disse o vice-cônsul
Luiz Felipe Mendonça.
O consulado também não soube dar certeza sobre onde Reis
nasceu, indicando Vitória (ES)
como um local provável. O vice-cônsul atribuiu a falta de informações ao fato de a família de Reis
não ter procurado o consulado
até o final da tarde de ontem.
Segundo o auto de prisão de Rolon, obtido pela Folha, a investigação policial demonstrou que, às
17h08 de sábado, horário local, o
rapaz retirou a arma de um bolso,
disse algo a Reis, pousou o cano
do revólver contra a cabeça de
Reis e puxou o gatilho.
A modelo brasileira foi declarada morta em uma cadeira ao lado
da piscina do condomínio às
17h17, por uma equipe de socorristas do Corpo de Bombeiros.
Depois de fugir do condomínio
Waters Edge, em Deerfield Beach,
Rolon voltou ao local do crime,
onde foi preso, às 21h.
Para obter a confissão de Rolon,
a polícia gravou em vídeo o depoimento de Fernanda Gomez,
uma amiga de Reis que a acompanhava no dia do assassinato. Na
fita, ela confirma que ele cometeu
o crime, diz que testemunhou o
disparo e que repetirá tudo no julgamento. Depois de ver a fita, Rolon admitiu o crime aos policiais.
Até a conclusão desta edição, a
Folha não havia conseguido falar
com o advogado de Rolon, que seria indicado pelo Estado. Caso
condenado, ele pode receber prisão perpétua pelo ato.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Quadrilha assalta condomínio de luxo em Rio Claro Índice
|