São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Segundo secretário da Infra-Estrutura, escolhidos são prioridade; ponte Cidade Jardim também passa por mudança

Serra reforma 6 viadutos e adia obra de 10

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A gestão do prefeito José Serra (PSDB) anunciou ontem que realizará obras para recuperar a estrutura de seis viadutos e uma ponte em São Paulo considerados em situação crítica. Entretanto, por falta de recursos, os contratos para a reforma de dez viadutos estão sendo suspensos.
Foram liberados R$ 20 milhões para as obras, mas os contratos dos 17 locais somam R$ 110 milhões. Segundo o secretário da Infra-Estrutura e Obras, Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, apesar dos contratos firmados, as obras estavam interrompidas. A suspensão dos contratos e a conseqüente suspensão dos prazos, ele diz, é uma medida administrativa para a prefeitura não ter de fazer novamente as licitações.
"O prefeito pediu para priorizarmos quais viadutos deveriam sofrer intervenção primeiro. A obra que mais preocupa hoje do ponto de vista da segurança é o da ponte Cidade Jardim, que já foi iniciada." Segundo ele, em meados deste mês duas faixas da marginal Pinheiros, no sentido Jaguaré-Interlagos, devem ser interrompidas em razão da reforma.
As obras começaram também no viaduto Pacheco e Chaves (zona sul) e no viaduto Orlando Murgel (oeste), que foi visitado ontem por Serra. O secretário prometeu para este ano o início das reformas nos viadutos Conselheiro Carrão (leste), Santo Amaro (sul), Alberto Badra (leste) e no Elevado do Glicério (centro).
Silva disse que uma parte do viaduto Orlando Murgel tem 35 anos e a outra, 45. As obras no local estavam paradas há dois anos e meio. "Eles [viadutos] suportam muito. Esse especificamente está com alguns problemas na estrutura, mas não são sérios. E o que nós estamos fazendo aqui é um reforço para ele poder suportar uma carga maior", disse.
Os viadutos e a ponte considerados prioritários foram construídos entre 1965 e 1971 -têm, portanto, entre 34 e 40 anos. De acordo com Roberto Kochen, diretor do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), a vida útil dos viadutos é de 40 a 50 anos.
"É necessário fazer um plano de manutenção e inspeção periódico para avaliar o estado do viaduto e evitar os transtornos quando eles têm problemas graves e precisam ser interditados." Segundo ele, na Europa são feitas análises das estruturas a cada dois ou cinco anos, mas no Brasil é comum ficar dez anos sem uma inspeção.
Os viadutos Beneficência Portuguesa, Pacaembu e Diário Popular -que não serão reformados por enquanto- têm rachaduras e infiltração. Uma passagem para pedestres no Pacaembu, fechada com uma cerca, tem montes de lixo pelo chão.


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