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URBANISMO
Maioria é de casas baixas
"Cracolândia" tem lista de 250 desapropriações
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento preliminar da
Subprefeitura da Sé indica que
cerca de 250 imóveis podem ser
desapropriados e demolidos na
região conhecida como "cracolândia", um dos pontos mais degradados do centro de São Paulo.
Esses imóveis, a maioria casas
baixas, de dois ou três andares, ficam dentro da área de 105 mil m2
que a gestão José Serra (PSDB)
declarou como sendo de utilidade
pública há três semanas. Ao todo,
a área engloba 750 imóveis, inclusive alguns preservados.
A declaração de utilidade pública é o primeiro passo para uma
possível desapropriação, medida
que o subprefeito da Sé, Andrea
Matarazzo, considera essencial
para a reurbanização da região.
No lugar dos imóveis degradados seriam construídos prédios ligados aos setores de tecnologia e
cultura. Os custos serão bancados
pela iniciativa privada por meio
de um plano de incentivo fiscal
que prevê desconto de até 50% no
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e de até 60% no ISS
(Imposto Sobre Serviços).
O edifício que encabeça a lista
de desapropriações fica na frente
da estação da Luz, na esquina da r.
Mauá com a av. Cásper Líbero, e
será a sede da Subprefeitura da Sé
até o fim de 2006. "Esse prédio é
um clássico italiano em São Paulo, bem no estilo paladiano. Hoje,
porém, virou um cortiço com instalações em péssimo estado. A região ficará linda", diz Matarazzo.
O custo dessa desapropriação é
de até R$ 2 milhões. No atual terreno da subprefeitura, na av. do
Estado, será o Museu da Criança.
Para Matarazzo, os projetos de
incentivo fiscal nessa região devem ser aprovados em até 30 dias
na Câmara. "Já temos recebido
comunicação de muitas empresas
interessadas em se instalar na área
da antiga "cracolândia". Vamos
até montar um escritório na região para municiar de informação
os potenciais empreendedores."
O subprefeito diz que a reurbanização da "cracolândia" virou
uma "obsessão pessoal". "Passo lá
todos os dias e vejo a mudança.
Era inadmissível ver que a cidade
tinha perdido um espaço público
para o tráfico de drogas", afirma.
A desapropriação do prédio onde será a subprefeitura deve ocorrer em 2006. Já a dos outros imóveis não tem prazo definido, pois
não há verba suficiente no Orçamento do próximo ano para isso.
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